Intoxicação alimentar mata 23 crianças na África do Sul; país decreta estado de emergência
Segundo as autoridades, cerca de 900 pessoas foram infectadas desde setembro; causa provável é utilização de pesticida
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O governo sul-africano declarou estado de emergência devido uma onda de intoxicação alimentar já matou 23 crianças. Segundo autoridades do país, cerca de 900 pessoas ficaram doentes desde o mês de setembro.
A África do Sul classificou as intoxicações como um “desastre nacional”, após o presidente Cyril Ramaphosa expor a escala do perigo em um discurso televisionado na quinta-feira (21).
Segundo Cyril a causa provável é um pesticida utilizado por empresários e vendedores para combater infestações de ratos em bairros pobres, onde as prefeituras não fazem a coleta regular de lixo. Produtos alimentícios vencidos e falsificados também são apontados como possíveis causas por moradores.
Em outubro, seis crianças, todas com menos de oito anos, morreram após dividir um lanche comprado em uma loja de conveniência. O Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul encontrou traços de terbufos, um pesticida perigoso usado na agricultura, no conteúdo e na embalagem do lanche.
Nesta semana, em Johanesburgo, um menino de 5 anos morreu 20 minutos depois de comer um lanche. A casa dele no bairro de Soweto, fica próximo de onde as outras seis crianças perderam a vida.
Em outros casos, as autoridades de saúde da África do Sul encontraram evidências de aldicarbe, um pesticida agrícola altamente tóxico para os seres humanos, proibido no país desde 2016.
A dimensão do surto forçou os líderes sul-africanos a enfrentarem as consequências de departamentos governamentais disfuncionais encarregados de supervisionar a segurança alimentar, o descarte de resíduos e as regulamentações para pequenas empresas.