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Investigação aponta que máfia italiana comprava armas no Brasil

Julgamento de membros da organização criminosa é a segunda maior da história italiana

Por Da Redação
Ás

Investigação aponta que máfia italiana comprava armas no Brasil

Foto: Reprodução/Comunità Italiana

Uma denúncia feita pela procuradoria de Catanzaro, no sul da Itália revela que a máfia italiana "Ndrangheta", comprou e importou armas fabricadas no Brasil. A facção que atua na região da Calábria também possuí conexões com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e outras organizações criminosas na América Latina.

A denúncia, de 13,5 mil páginas, deu origem ao mega julgamento "Rinascita-Scott" que começou em setembro, em Roma, contra 452 pessoas acusadas de serem integrantes da máfia calabresa. É o segundo maior julgamento da história italiana, atrás apenas do processo contra a máfia siciliana Cosa Nostra, concluído no início de 1990. 

Importação

Por meio de um software espião instalado no celular de Gregorio Niglia, um dos acusados, a polícia reconstruiu a importação de armas e drogas do Brasil. Em outubro de 2016, os investigadores interceptaram uma conversa ocorrida durante um jantar entre o traficante internacional Bruno Fuduli, o chefão do clã, Giuseppe Antonio Accorinti, e o braço direito, Antonio Vacatello, ambos denunciados.

No diálogo, os quatro arquitetaram um plano para transportar "alguns contêineres" contendo armas e cocaína que haviam chegado do Brasil a um porto italiano. Para isso, eles precisariam de duas carretas e de um local para esconder o carregamento. Os investigadores não identificaram o porto e não houve apreensão, mas o diálogo deixou claro que os contêineres continham número não especificado de armas. 

Após o jantar, Fuduli (que se suicidou em novembro de 2019), viajou ao Brasil para negociar uma compra de droga que foi escondida em carregamento de minérios oriundo de uma pedreira em Goiás. A carga teria sido enviada para Itália em navio porta-contêineres. 

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