IPCA sobe 0,24% em outubro, abaixo do esperado, com pressão de passagem aérea
No ano, a inflação acumulada é de 3,75% e, nos últimos 12 meses, de 4,82%
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,24% em outubro, na comparação com o mês anterior, após registrar uma alta de 0,26% em setembro. Este é o quarto registro positivo seguido do indicador.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje o resultado, destacando que as passagens aéreas tiveram a maior influência no índice, com alta de 23,70% e contribuição individual de 0,14 p.p.
No período acumulado do ano, a inflação acumulada do país é de 3,75% e, nos últimos 12 meses, houve um aumento de 4,82%. Ele chega abaixo do esperado pelo mercado, que estimava algo em torno de 0,29% para o mês, e de 4,82% para o ano.
Conforme definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o IPCA pode variar entre 1,75% e 4,75% e ainda estar dentro da meta.
Inflação por grupos
O dado do mês foi resultado da alta de preços de oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. Enquanto o maior impacto individual no resultado de outubro veio dos preços das passagens aéreas, que subiram 23,70% na comparação com o mês anterior.
Os setores de Transportes (0,35%) e Alimentação e bebidas (0,31%) contribuíram com 0,07 p.p. cada para o índice geral. Apenas o grupo Comunicação apresentou queda (-0,19% e -0,01 p.p.). Os demais grupos variaram entre 0,02% em Habitação e 0,46% em Artigos de residência.
No segmento de Alimentação e bebidas (0,31%), os preços dos alimentos em casa aumentaram 0,27% em outubro, após quatro meses seguidos de queda. O IBGE destacou as altas da batata-inglesa (11,23%), cebola (8,46%), frutas (3,06%), arroz (2,99%) e das carnes (0,53%). No lado das quedas, foram destaques o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).
Os preços da alimentação fora de casa (0,42%) aumentaram em relação ao mês anterior (0,12%). As altas nas refeições (0,48%) e nos lanches (0,19%) foram mais significativas do que em setembro (0,13% e 0,09%, respectivamente). No grupo dos Transportes (0,35%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços da passagem aérea (23,70%), subitem com a maior contribuição individual (0,14 p.p.) no índice do mês.
No grupo de Transportes (0,35%), o aumento nos preços das passagens aéreas (23,70%) teve a maior influência individual (0,14 p.p.) no índice do mês.
“É o segundo mês seguido de alta das passagens aéreas. Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explica André Almeida, gerente do IPCA.
Quanto aos combustíveis (-1,39%), apenas o óleo diesel (0,33%) teve alta. A gasolina (-1,53%), o gás veicular (-1,23%) e o etanol (-0,96%) tiveram queda de preço.
No segmento de Transportes, o aumento nas tarifas de táxi (1,42%) foi resultado dos reajustes em Porto Alegre (20,84%) a partir de 09 de outubro e em São Paulo (6,67%) a partir de 28 de outubro.
No grupo de Habitação (0,02%), o aumento na taxa de água e esgoto (0,37%) foi influenciado pelos reajustes em Salvador (6,75%) a partir de 25 de setembro e em Fortaleza (14,43%) a partir de 29 de outubro.
Por outro lado, a energia elétrica residencial teve queda de preços (-0,58%), apesar dos reajustes em Goiânia (5,28%) a partir de 22 de outubro, Brasília (4,34%) a partir de 22 de outubro e São Paulo (-2,41%) em uma das concessionárias pesquisadas a partir de 23 de outubro.