Ipea: inflação chega a 12% para famílias com renda muito baixa
Alimentos e habitação foram setores que mais pesaram para essa faixa de renda
Foto: Fernando Frazão\Agência Brasil
Uma análise desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), divulgada nessa quinta-feira (15), mostrou que a inflação acumulada dos últimos 12 meses atinge, principalmente, famílias mais pobres, e chega a 12% para famílias com renda inferior a R$ 1.808,79.
Para famílias mais ricas, que ganham mais de R$ 17.764,49 por mês, essa taxa cai para 10%. As demais faixas de renda tiveram inflação de 11,6% (renda baixa e média-baixa), 11,1%, (renda média), e 10,4% (renda média-alta).
Quando é considerado apenas o mês de março, o cenário se repete: as famílias de renda muito baixa tiveram inflação mensal de 1,74%. A variação de preços foi de 1,72% para as famílias de renda baixa; de 1,70%, para as famílias de renda média-baixa; de 1,63%, para as famílias de renda média; de 1,51%, para as famílias de renda média-alta; e de 1,24% para as famílias de renda alta.
Segundo o Ipea, os setores de alimentos, bebidas e transporte foram os mais atingidos pela inflação no mês de março. Para as famílias de menor renda, o primeiro setor foi o que mais pesou, por ser o principal na cesta de compras, enquanto, para as outras faixas de renda, pesaram mais os aumentos do setor de transporte e combustível.
As famílias mais pobres sofreram ainda o impacto do reajuste das tarifas de ônibus urbano (1,3%) e interestadual (3%) e os aumentos de 6,6% do preço do gás de botijão e de 1,1% da energia elétrica. Os reajustes da energia elétrica e do gás de cozinha também foram um problema, de 28,5% e 29,6%, respectivamente.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 1,62% em março, o maior resultado desde 1994, antes da implantação do Real.