Iphan inicia obras emergenciais na Igreja de São Francisco
Instituto finalizou vistorias em mais 140 imóveis e identifica risco estrutural em templos históricos

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Após um mês de atuação, a força-tarefa mobilizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) concluiu a vistoria de 140 imóveis tombados em Salvador, identificando riscos estruturais em diversas edificações. Como medida emergencial, um contrato de R$ 1,3 milhão foi assinado para intervenções imediatas na Igreja de São Francisco, que teve parte do teto desabado no dia 5 de fevereiro.
A equipe, composta por 15 servidores do Iphan de diversas regiões do país, atuou em conjunto com a Defesa Civil de Salvador (Codesal) para avaliar a situação dos imóveis históricos. Somente na primeira semana de inspeções, 114 edificações foram analisadas, resultando na recomendação de interdição de seis igrejas e dois imóveis residenciais devido a riscos estruturais. Entre os templos fechados preventivamente estão as igrejas de Nossa Senhora da Ajuda, São Bento e Nossa Senhora da Boa Viagem.
De acordo com o diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Andrey Schlee, a ação na capital baiana serviu como um modelo para otimizar recursos e melhorar a fiscalização do patrimônio tombado em outras regiões do país. A experiência resultou na priorização de bens com maior risco de incêndio ou colapso, alinhando-se à Portaria Iphan nº 206, de dezembro de 2024, que estabelece critérios para inspeções prioritárias.
Além das vistorias, foi firmado um contrato emergencial para o início imediato das obras na Igreja de São Francisco. Os trabalhos, que devem começar ainda em março, incluem escoramento, remoção de estruturas comprometidas, proteção de elementos artísticos e revisão da cobertura. Paralelamente, segue em andamento o projeto executivo para a restauração completa do conjunto arquitetônico da igreja e do convento, um investimento adicional de R$ 1,2 milhão.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou a agilidade na mobilização e na conclusão dos trâmites burocráticos, permitindo a contratação rápida das obras emergenciais. “O esforço dos nossos servidores permitiu uma resposta eficiente para garantir a preservação desse patrimônio inestimável”, afirmou.
A força-tarefa do Iphan na Bahia reforça a importância da fiscalização integrada, que, segundo Schlee, já tem sido replicada em outras superintendências do país para garantir a segurança e a conservação do patrimônio histórico nacional.