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Bahia

Irmãos que cederam casa para Lula na Bahia já foram alvo em operações, diz jornal

Paulo Carletto foi um dos alvos da Operação Expresso e Ronaldo Carletto foi citado em delação na Operação Faroeste

Por Da Redação
Ás

Irmãos que cederam casa para Lula na Bahia já foram alvo em operações, diz jornal

Foto: Divulgação | Divulgação/Rota Transportes

Após vencer as eleições no segundo turno, em 30 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolveu tirar um período para descansar e escolheu o Sul da Bahia como seu destino. Os irmãos Paulo Cesar Carletto e Ronaldo Carletto, empresários que estão entre os nomes mais influentes na vida política e empresarial do extremo-sul do estado, foram os responsáveis por abrir as portas de uma luxuosa casa na praia de Ponta do Camarão, litoral sul de Porto Seguro. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Naturais do Espírito Santo, os irmãos possuem um império empresarial no extremo-sul da Bahia, cuja joia da coroa é a Expresso Brasileiro Transportes, empresa fundada pelo pai de ambos, Aluyr Tassizo Carletto, morto no ano passado aos 83 anos.

A atuação da família no setor de transportes começou no final dos anos 1970. A empresa foi progredindo e hoje é uma das maiores do setor de transportes da Bahia. Tem cerca de 550 funcionários e 200 ônibus que operam 55 linhas de transporte intermunicipal.

De acordo com a Folha, a casa em que Lula se hospedou entre 1º e 5 de novembro pertence a Paulo Carletto, irmão do deputado federal Ronaldo Carletto (PP-BA), cujo partido fez parte da coligação de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Procurado pelo site, o advogado do empresário, Tarso Soares, negou que o imóvel seja de Paulo, mas evitou dar detalhes de quem é a casa.

Operação Expresso

Durante a primeira gestão de Jaques Wagner (PT) frente ao Governo da Bahia, em 2009, Paulo Carletto foi um dos alvos da Operação Expresso, conduzida pela Polícia Civil.

A operação que apurou suspeitas de corrupção na Agerba, órgão ligado à Secretaria de Infraestrutura responsável pela regulação, concessão e fiscalização dos terminais e do transporte rodoviário e hidroviário de passageiros.

Paulo Carletto e outras seis pessoas foram presos temporariamente, mas acabaram liberados no mesmo dia, cerca de 12 horas depois, após prestarem depoimentos. A operação apurou suspeitas de fraudes na concessão de linhas a empresas de transportes intermunicipais.

Entre os presos estava o ex-chefe da Agerba Antônio Lomanto Netto, que na época negou relação com o suposto esquema e, por meio de sua defesa, disse ser alvo de perseguição política.

Lomanto Netto havia sido indicado para o cargo pelo MDB, na época liderado por Geddel Vieira Lima. A operação aconteceu meses depois de Geddel e Wagner romperem, e o MDB entregar os cargos que ocupava no governo baiano.

Além da empresa de ônibus intermunicipais, Paulo Carletto é proprietário de lojas de autopeças, concessionárias e fazendas de criação de gado. Tem perfil discreto, a despeito do envolvimento de familiares na política.

Ronaldo Carletto, por sua vez, também é sócio de parte das empresas, mas se destacou como a principal face política da família. Foi deputado estadual entre 2003 e 2014. A partir de 2015, foi para a Câmara dos Deputados.

Neste período, foi um dos principais aliados dos governos petistas na Bahia. Em âmbito federal, fez parte da base aliada de Dilma Rousseff (PT) e voltou contra o impeachment da então presidente.

Carletto rompeu com o partido no início deste ano para apoiar a candidatura ao Governo da Bahia de ACM Neto (União Brasil), que acabou derrotado nas urnas.

Ele disputou a eleição como primeiro suplente na chapa ao Senado liderada pelo deputado federal Cacá Leão (PP), que acabou derrotado por Otto Alencar (PSD). No segundo turno, reaproximou-se do PT e deu apoio informal à candidatura do governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT)

Operação Faroeste

No ano passado, o deputado foi citado no âmbito da Operação Faroeste em uma delação de Sandra Inês Rusciolelli, primeira desembargadora a firmar um acordo de colaboração premiada do Brasil.

A delação, firmada pela desembargadora e pelo filho Vasco Rusciolelli, indicou que Carletto estaria envolvido no pagamento de propina para obtenção de uma sentença no Tribunal de Justiça da Bahia favorável a uma empresa de transporte por aplicativo.

Na época, Carletto afirmou em nota à imprensa que desconhecia a empresa citada na delação e que não fez qualquer pedido relacionado a esta.

Também disse que sua trajetória não seria maculada por afirmações inverídicas e maldosas: "Minha vida pública e particular sempre foram pautadas em condutas ilibadas".
 

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