Israel invade agência da ONU em Gaza e volta a ordenar esvaziamento da região
O Exército disse que combatentes de grupos armados do território operavam de dentro das instalações da agência
Foto: Unrwa
Israel ordenou o esvaziamento da Cidade de Gaza nesta quarta-feira (10) e invadiu a sede da UNRWA, em uma nova ofensiva contra a agência da ONU responsável por alimentar e prover educação a centenas de milhares de pessoas no território palestino.
De acordo com moradores, atiradores ocuparam os telhados de prédios que ainda estão em pé na região da UNRWA e tanques foram posicionados dentro da sede. Em um comunicado, o Exército disse que combatentes de grupos armados do território operavam de dentro das instalações da agência.
Em janeiro, autoridades israelenses acusaram 190 funcionários da agência de envolvimento direto ou indireto nos atentados terroristas do Hamas em 7 de outubro. Três meses depois, porém, em abril, uma investigação independente liderada por uma ex-chanceler da França afirmou que Tel Aviv ainda não havia apresentado provas das afirmações.
Nesta quarta, o Exército renova as acusações de ligação entre a agência e combatentes ao afirmar que, após abrir um corredor para civis saírem do prédio, matou e prendeu homens armados no local e encontrou armas na agência.
Os ataques acontecem horas após um bombardeio atingir, nesta terça-feira (9), tendas de famílias deslocadas que se abrigavam do lado de fora de uma escola na cidade de Abassan, no sul de Gaza, e matar pelo menos 29 pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo autoridades médicas palestinas.
Já nesta quarta, os moradores da Cidade de Gaza receberam panfletos que indicavam "rotas seguras" em um mapa e a instrução de esvaziar toda a cidade, não apenas de certos distritos. Os folhetos pedem que civis sigam para o sul ao longo de duas rotas até oi centro do território palestino.
Segundo o Hamas, a nova campanha israelense matou mais de 60 palestinos em todo o território nesta terça-feira e ameaçou atrapalhar os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra que já dura nove meses as negociações devem ser retomadas em Doha, no Qatar, nesta quarta.