Israel negou 30% da ajuda humanitária para norte de Gaza em março, aponta ONU
Organização ressalta que os impedimentos continuam comprometendo a capacidade dos profissionais humanitários de alcançar as pessoas em Gaza
Foto: Ocha/Themba Linden
Desde o dia 1° de março, 30% das missões de ajuda enviadas ao norte de Gaza foram negadas pelas autoridades israelenses, informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU, na segunda-feira (1°). A organização aponta que os impedimentos continuam comprometendo a capacidade dos profissionais humanitários de alcançar as pessoas na Faixa de Gaza.
Segundo a ONU, não houve nenhuma mudança significativa no volume de fornecimentos humanitários que entram em Gaza nem melhorou o acesso ao norte. De 1 a 30 de março, uma média diária de 159 caminhões de ajuda atravessou para dentro do enclave sitiado.
Atualmente, o Programa Mundial de Alimentos está fornecendo comida para 1,45 milhão de pessoas em Gaza, mas afirma que o volume não é suficiente e que sem um cessar-fogo e acesso total, muitas vidas estão em risco.
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, é uma das mais afetadas, e continua sendo impedida por Israel de prestar assistência alimentar emergencial ao norte do enclave.
O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários disse nesta segunda-feira (1°) que “as tentativas de colocar a Unrwa de lado devem parar”.
Martin Griffiths declarou que a Unrwa é “a espinha dorsal da operação humanitária em Gaza e que qualquer esforço para distribuir ajuda sem eles está simplesmente condenado ao fracasso”. Ele enfatizou que nenhuma outra agência tem o mesmo alcance, experiência ou confiança comunitária.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que uma equipe da agência estava em uma missão humanitária no Hospital Al-Aqsa no domingo, quando um acampamento dentro do complexo hospitalar foi atingido por um ataque aéreo israelense. Quatro pessoas morreram e 17 ficaram feridas.
Segundo Tedros Ghebreyesus, a equipe da OMS esteve no hospital avaliando as necessidades e recolhendo incubadoras para serem enviadas para o norte de Gaza.