Itamaraty coloca telegramas com instruções sobre temas relacionados ao aborto, gênero e educação sexual em sigilo
Chanceler Ernesto Araújo explicou que os textos tratam de questões sensíveis
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O Ministério das Relações Exteriores colocou como "reservados" os telegramas com instruções a seus diplomatas na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre temas relacionados ao aborto, igualdade de gênero e educação sexual. Os documentos enviados sobre essas temáticas só serão permitidos ser consultados a partir de 2025.
Segundo o portal R7, a chancelaria não explicou o motivo pelo qual decidiu impedir o acesso aos documentos ou por que optou pela classificação "reservada", já que é uma prática rara.
No entanto, essas restrições teriam sido estabelecidas após pedido de acesso por parte dos parlamentares do PSOL.
Na resposta sobre a bancada do PSOL, o chanceler Ernesto Araújo afirmou que os textos tratavam de "questões que são apenas lateralmente relacionadas aos temas principais das resoluções" e que há "elementos sensíveis, como direitos sexuais e reprodutivos, ademais de educação sexual integral".
O chanceler ainda afirmou que este movimento se deu pois "o governo brasileiro defende a vida desde a concepção e rechaça a prática do aborto como método contraceptivo".