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JAC E-JS1: Farol da Bahia testou o elétrico mais barato do país

Modelo roda até 300km por recarga e não faz feio diante dos concorrentes mais caros

Por Marcos Camargo Jr.
Ás

JAC E-JS1: Farol da Bahia testou o elétrico mais barato do país

A JAC Motors já foi uma das grandes marcas do país, prometeu até fábrica na Bahia mas desistiu do projeto quando as regras do mercado mudaram em 2014. Ainda assim, em uma segunda chance, a marca vêm aumentando a linha de modelos disponíveis com opções elétricas. Além do iEV 20 e iEV 40 a marca oferece o E-JS1 e E-JS4 no país além da pick-up P330 e uma linha de caminhões leves. 

Desta vez o Farol da Bahia avaliou o E-JS1, modelo mais em conta vendido no país por R$ 150 mil. Se por um lado ele custa o dobro de modelos do seu porte como Renault Kwid e Fiat Mobi o carrinho da JAC tem custo de rodagem que não chega a 20% dos concorrentes. 

Chinês ou alemão? 

O subcompacto da JAC é fabricado na China . Notamos um emblema diferente no veiculo avaliado. Isso porque a novidade é fruto da aliança entre a Jac Motors e a Volkswagen na a China. Por lá ele é chamado “EX-10” vendido sob a bandeira da marca SOL. Esta marca tem 50% das ações no nome da VW. 

Estes emblemas se destacam no modelo de homologação avaliado pelo Farol da Bahia. Quando as vendas começarem, em outubro, ele terá os emblemas da marca JAC na traseira, a multimídia em português mas algumas mudanças como os freios a tambor na traseira (nesta unidade ele tinha freios a disco nas quatro rodas). 

Alegria de ser diferente  

O carro surpreende pelo design arrojado. Farois afilados e grade fechada com lanternas quadradas e linhas ascendentes o pequeno elétrico é bem distinto dos carros que conhecemos. Nas ruas ele se distingue da multidão de carros nas cores preto e prata com seu verde claro que lembra o antigo tom verde abacate ou verde limão. Lembra um pouco o Up! mas na verdade ele adota a plataforma evoluída do JAC J2. Assim, é bem compacto nas dimensões (3,65m de comprimento, 1,67m de largura, 1,49m de altura e 2,39m no entre-eixos) mas ágil nas cidades. Com esse porte nem precisa dizer que o banco traseiro é bem curto e vai atrapalhar a vida de passageiros adultos. O porta-malas também é pequeno com 121 litros e há um kit reparo para os pneus uma vez que ele não tem step.

Por dentro 

Fruto do projeto conjunto o E-JS1 é agradável ao dirigir. Por dentro os materiais são adequados para um subcompacto e o painel tem um aplique cinza e um filete verde acompanhando a cor do veículo. Os tons de verde estão presentes nos bancos em couro com bom apoio e formam um conjunto único, este sim derivado do Up!. 

A posição de dirigir é elevada por conta da posição do painel que é avançado porém rebaixado. A direção elétrica tem coluna com ajuste de altura mas com pouco curso. Ainda assim ao volante o E-JS1 surpreende positivamente. 

O motor elétrico de 61cv e 15,3kgfm de torque tem aceleração suave mas esperta. A direção é precisa apesar do volante um pouco maior que o esperado. Mas o traço alemão do carrinho se mostra presente na dinâmica de condução. A suspensão tem o ajuste correto e confortável entregando boa precisão nas curvas mais acentuadas. 

O painel é totalmente digital e a multimídia tem 10,2 polegadas com controle de uso da energia, ajuste de regeneração em três níveis e as esperadas conectividades. Não foi possível testar a multimídia como esperado uma vez que os caracteres estavam todos em mandarim na unidade testada de homologação. 

Autonomia urbana 

Ao longo do teste percebe-se que ao entrar em desaceleração o motor entra em regeneração da bateria. Leva apenas alguns quilômetros para se acostumar a esse comportamento muito semelhante ao do Nissan Leaf com sistema e-Pedal. Com isso, usa-se muito pouco o freio do carro poupando o sistema. 

A JAC equipou o E-JS1 com bateria de fosfato de lítio com 30,2KwH e autonomia de 302km. Esse alcance varia e muito conforme o tipo de uso. No trânsito tende a render mais do que na estrada com aceleração continua. Ele chega a até 110km/h permitindo até pequenas viagens. O tempo de carga varia muito. O carregamento de 15% a 85% da carga total com o wallbox instalado na casa do cliente (item que acompanha o carro) é de 3,5 horas. Em tomada 220v residencial serão necessárias 11 horas de carga e em um eletroposto de alta voltagem será preciso apenas 1 hora para recarregá-lo. 

Vale a pena afinal?

O E-JS1 é interessante na proposta mas ainda custa caro em relação ao seu segmento. Com porte de Renault Kwid e Fiat Mobi custa R$ 149,9 mil. Caro? Ele é menos potente que os concorrentes Renault Zoe e Fiat 500 e por isso custa muito menos, cerca de R$ 80 mil a menos que os competidores diretos. Mas vale a pena ficar de olho na vantagem da operação. 

O custo do quilômetro rodado em um modelo elétrico fica em torno de R$ 0,07 por quilômetro enquanto em um modelo a combustão com motor 1.0 chega a R$ 0,60. O custo da manutenção será reduzido por conta da menor quantidade de componentes. Então, para ter um carro zero emissões ainda custa caro hoje em dia mas o custo já pode ser revertido rapidamente com menor gasto no cotidiano. Para o sucesso do E-JS1 a JAC precisará investir em marketing para divulgar seu novo produto nesta segunda fase da marca. A rede da marca hoje é bem restrita mas tende a crescer com a oferta mais ampla de novos veículos como o E-JS1.

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