Janeiro Branco alerta para a importância da saúde mental

A pandemia tem provocado efeitos diferentes em cada pessoa. Independente de idade, classe social ou condição psíquica e mental, o novo coronavírus impôs desafios para todos os cidadãos e a saúde mental foi fortemente impactada. Uma pesquisa realizada pela plataforma Doctoralia, por exemplo, aponta que o agendamento de consultas com psicólogos e psiquiatras aumentou cerca de 155% entre 2020 e 2021. 

De acordo com especialistas, a chegada da pandemia e a consequente adoção do home office na vida do brasileiro ligou o alerta para a sensação de exaustão extrema, principalmente relacionada ao âmbito profissional. Visando fomentar a importância de cuidar da saúde mental e emocional, neste mês é realizada a campanha ‘Janeiro Branco’. 

Reforçando o trabalho de conscientização, o psicólogo Carlos Alexandre dos Santos fala sobre a síndrome de Burnout e a influência do home office nesta doença, que é caracterizada como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.

O especialista explica que a sensação de liberdade que o ambiente de home office proporciona causou, de forma indireta, um aumento significativo no volume de trabalho. “Manter essa rotina em casa se mostrou menos eficiente pois, com uma maior dificuldade de estabelecer um horário produtivo, como no ambiente de escritório, com horário de início e pausas para o almoço e descanso, a quantidade de trabalho se torna sufocante”, explicou.

Por isso, se a procrastinação e a desmotivação compulsória são recorrentes, o importante, segundo o psicólogo, é procurar tratamento profissional. Segundo ele, a prática de exercícios físicos e ações prazerosas que não estejam relacionados ao trabalho também ajudam no tratamento da doença.

“Dentro do processo de tratamento, ela conseguirá identificar os sintomas iniciais do burnout no seu cotidiano pelo autoconhecimento, utilizando os métodos aprendidos para recuperar o equilíbrio”, afirma o especialista.

Segundo Carlos Alexandre, os principais sintomas do distúrbio são dores musculares e de cabeça; irritabilidade; alterações de humor; falhas de memória; dificuldade de concentração; falta de apetite; agressividade e isolamento. O psicólogo afirma, ainda que “nos estágios iniciais da doença parece que o indivíduo evita o contato com as demais pessoas, porém em estágios mais avançados pode-se desenvolver ira no contato com outras pessoas; depressão; pessimismo e baixa autoestima; sentimento de apatia e desesperança”, conclui.