Japão: primeiro-ministro diz tentará cumprir objetivos de Shinzo Abe
Abe foi ex-primeiro-ministro do Japão morto a tiros em uma campanha eleitoral
Foto: Reprodução/ china.org
Ex-ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, apesar de pouco popular, é o novo primeiro-ministro do Japão. Agora, depois do assassinato do ex-primeiro-ministro, Kishida, tenta honrar Shinzo Abe e, ao mesmo tempo, provar que é capaz de se diferenciar em relação ao legado do premiê que governou o Japão por mais tempo em sua história.
Shinzo Abe, foi ex-primeiro-ministro do Japão morto a tiros em um comício de campanha eleitoral, em 8 de julho.
A dúvida que paira sobre Kishida é como ele investirá o capital político, impulsionado pela vitória nas eleições para a Câmara Alta do Parlamento, uma semana atrás.
O primeiro-ministro já indicou que se movimentará para colocar em prática os objetivos mais acalentados por Abe, incluindo uma revisão na cláusula pacifista da Constituição do Japão, que renuncia à guerra, assim como um aumento no gasto em defesa.
Tanto quanto a morte de Abe, as circunstâncias geopolíticas ditarão as escolhas de Kishida. A guerra na Ucrânia e as crescentes ameaças da China e da Coreia do Norte fizeram com que Kishida, que anteriormente se classificava como um membro progressista e pacifista dos liberal-democratas, assumisse uma posição mais belicosa.
Nos noves meses que se passaram desde que o partido escolheu Kishida como primeiro-ministro, ele ampliou constantemente a infatigável diplomacia que marcou o governo de Abe.
Silenciosamente, Kishida também se diferenciou em relação ao seu antecessor. Analistas veem sinais de que Kishida tenta encontrar a própria personalidade.
A realidade econômica pode dificultar a possibilidade de se definir metas drásticas. Com a inflação aumentando, o iene em desvalorização, as infecções pelo coronavírus em alta e, no longo prazo, o envelhecimento da população e a queda na natalidade, talvez Kishida descubra que não tem recursos para arcar com todas as prioridades do governo.
O tradicional ritmo da mudança no Japão pode estar do lado de Kishida. A formação de um consenso é valorizada e o progresso gradual é a norma, e não a transformação radical.