Jean Paul Prates é demitido da presidência da Petrobras após crise com o Governo Federal
Magda Chambriard deve assumir o cargo
Foto: Tomaz Silva | Agência Brasil
BRASÍLIA - O Governo Federal decidiu nesta terça-feira (14), que irá demitir da presidência da Petrobras, Jean Paul Prates. O agora ex-presidente esteve no comando da estatal desde o início do governo petista, em janeiro de 2023. Magda Chambriard deve assumir o cargo.
Em março, o Conselho de Administração da Petrobras decidiu não pagar os R$ 44 bilhões em dividendos extraordinários (uma parcela do lucro da empresa) para acionistas, com o voto favorável dos representantes do governo na estatal. Prates se absteve da decisão, o que foi o estopim da crise.
Após o ocorrido, a estatal registrou uma queda de R$ 55 bilhões no valor de mercado.
Nas últimas semanas, as divergências entre Prates e o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se intensificaram, o que colocou a permanência do atual presidente do cargo ainda mais em dúvida.
A diretoria da empresa enviou ao Conselho de Administração proposta para pagar 50% dos dividendos extraordinários e reter os demais 50%.
Apesar disso, o Conselho, onde os integrantes do governo são maioria, votou para reter todo o valor dos dividendos extraordinários em um fundo de reserva que, segundo o estatuto da própria companhia, deve ser usado para remunerar os acionistas ou, caso necessário, cobrir possíveis prejuízos. Tal proposta ainda precisa ser aprovada pela Assembleia Geral Ordinária, que reúne os acionistas da Petrobras e se reúne no próximo dia 25 de abril.
O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, justificou que o Conselho decidiu reter todo o valor para analisar melhor os cenários, levando em conta que estão previstos maiores investimentos.