Jornalista afirma que Queiroz não foi a depoimento no caso Coaf por ordem de Bolsonaro
A informação está no livro 'Tormenta' da jornalista Taís Oyama
Foto: Reprodução/ SBT
Após acordo com os advogados de defesa e o presidente Jair Bolsonaro, Fabrício Queiroz não foi a depoimento no Ministério Público do Rio de Janeiro por ordem do chefe do Executivo, de acordo com o livro da jornalista Thaís Oyama, Tormenta - O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos. A obra vai ser lançada no dia 20 de janeiro.
Segundo a publicação, os advogados de Bolsonaro e Queiroz teriam acertado que Queiroz iria ao interrogatório em dezembro de 2018 e falaria aos procuradores que se manteria calado até sua defesa ter acesso ao processo, além de pontuar que ninguém da família Bolsonaro tinha relação com o caso investigado.
Em contrapartida, dois dias antes do depoimento, Bolsonaro mandou abortar a operação alegando que a melhor estratégia era jogar processo para o STF. Posteriormente, a defesa de Flávio Bolsonaro conseguiu uma liminar de Dias Toffoli paralisando investigações baseadas em informações de Coaf e Receita Federal.
Suposta demissão de Sérgio Moro
Ainda de acordo com a jornalista, Bolsonaro teria tomado a decisão de demitir Sergio Moro em agosto de 2019, após saber que o ex-juiz teria criticado a decisão de Toffoli no caso Coaf, que protegeu Flávio Bolsonaro. Contudo, o general Heleno foi convencido de não tomar tal decisão por Augusto Heleno.
De acordo com a obra Tormenta, Bolsonaro teria ficado irritado ao saber que Moro havia pedido a Dias Toffoli que reconsiderasse a liminar que paralisara investigações baseadas em informação do Coaf. No fim de agosto, Bolsonaro tinha decidido demitir Sergio Moro. Mas foi ouvir o ministro Heleno e voltou atrás: “Se demitir o Moro, o seu governo acaba”, disse o general.