Jovem baleada na cabeça pela PRF no RJ respira sem aparelhos e se comunica
Juliana Leite Rangel, de 26 anos, não apresenta sinais de sequelas neurológicas
Foto: Reprodução
A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça por policiais rodoviários federais na véspera de Natal, no Rio de Janeiro, apresentou melhora e respira sem ajuda de aparelhos, segundo boletim médico divulgado pelo Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes.
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Juliana está consciente, sente os membros, responde a estímulos e teve a sedação completamente suspensa na quinta-feira (2). No dia seguinte, sexta-feira (3), ela conversou com a família.
Através de gestos labiais, Juliana disse que ama os familiares e que deseja ir para casa. Por meio de nota, o hospital informou que do ponto de vista neurológico, Juliana não apresenta sinais de sequelas permanentes irreversíveis.
"Vem progredindo o nível de consciência, sem novos déficits, recuperando as funções motoras e cognitivas ainda de maneira incipiente, mas sem sinais de se quelas", disse.
O caso
A família de Juliana estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Alexandre da Silva Rangel, de 53 anos, pai de Juliana que dirigia o carro, contou que o veículo foi atingido quando ele obedeceu a ordem de encostar. Segundo a família, cerca de 30 tiros foram disparados. Alexandre foi atingido na mão.
“Eu estava vindo no Washington Luiz, liguei a seta para encostar e já foram metendo bala no meu carro. Acertou um tiro de fuzil na cabeça da minha filha. A bala que atingiu ela pegou no meu dedo. Meu carro todo cheio de bala, sem eu fazer nada. A gente foi passar o Natal na casa da minha outra filha. Estávamos com a ceia toda no carro”, contou Alexandre em entrevista à CBN.
A patrulha da PRF era formada por dois homens e uma mulher. Todos foram afastados preventivamente das funções. Eles usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos.
Vitor Almada, superintendente da PRF no Rio de Janeiro, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro e deduziram que vinha dele. O caso também é investigado pela Polícia Federal que instaurou um inquérito.