Jovem que abortou em El Salvador é condenada a 50 anos de prisão pela justiça
O país é um dos que possuem as leis mais rígidas contra o procedimento

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Um tribunal salvadorenho determinou que uma mulher de 21 anos, que abortou após uma emergência obstétrica, cumprisse 50 anos de prisão pelo crime de homicídio agravado. De acordo com informações divulgadas na última segunda-feira (4) pela organização que a defende, El Salvador é um dos países com algumas das leis mais rígidas contra o procedimento.
Segundo o relatório do Grupo Cidadão para a Descriminalização do Aborto, em 17 de junho de 2020, a mulher, identificada como Lesly Ramírez, teve uma emergência enquanto estava em sua casa. A complicação a levou a ter um parto de seu feto de cerca de cinco meses.
Em seguida, a família e os vizinhos da jovem, então com 19 anos, acionaram a polícia para levá-la a um hospital público no departamento de San Miguel, informou a ONG.
Em 26 de junho de 2020, um juiz de instrução ordenou a prisão provisória de Ramírez, mesmo sem a presença dela na audiência devido ao seu delicado estado de saúde. Já na semana passada, um tribunal a condenou a 50 anos de prisão pelo crime de homicídio agravado.
“As organizações de mulheres rejeitam a decisão judicial e vão recorrer. Esta é a primeira vez na história que a pena máxima é aplicada desde que o aborto foi absolutamente criminalizado”, disse a organização feminista em comunicado.
Em nota, a Promotoria argumentou que a pena severa foi imposta porque a jovem assassinou a recém-nascida após causar vários ferimentos no pescoço com uma faca.