Juíza que criticou ministros do STF tem aposentadoria compulsória decretada pela Justiça
Ludmila Lins Grilo também apoiou aglomeração na pandemia
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O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu, nessa quinta-feira (25), pela aposentadoria compulsória da juíza Ludmila Lins Grilo, titular da Vara Criminal e da Infância e da Juventude da comarca de Unaí, Região Noroeste do estado.
A decisão foi publicada no Diário Oficial de Justiça e foi assinada pelo presidente do TJMG, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho. O ato determinou a "aposentadoria compulsória, por interesse público, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição". O acórdão do Órgão Especial ainda aguarda publicação.
Ludmila Lins Grilo ganhou notoriedade nas redes sociais em janeiro de 2021, ao publicar um vídeo em que "ensinava" as pessoas a circular sem máscara em shoppings, contrariando as recomendações sanitárias de prevenção da Covid-19. Em outra postagem, ela utilizou a hashtag "Aglomera Brasil".
Na época, janeiro representou o pior momento da pandemia em Minas Gerais, com recordes de casos e mortes. O uso de máscara era obrigatório.
Em setembro de 2022, a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu investigar a conduta da magistrada devido à sua participação em um evento com conotação política, ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgação do canal do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos na internet durante o período eleitoral.
No mês de fevereiro deste ano, o CNJ abriu duas investigações e afastou Ludmila Lins Grilo de suas funções. Em um dos casos, o afastamento ocorreu devido à recusa da juíza em retornar ao trabalho presencial. No outro caso, as investigações foram motivadas por suas postagens em redes sociais com ataques ao Judiciário.
De acordo com o TJMG, a decisão do Órgão Especial é resultado de um processo administrativo disciplinar. Os valores dos proventos proporcionais ao tempo de contribuição da juíza ainda serão calculados.