Julgamento contra desembargador de tribunal da Lava Jato é suspenso pelo CNJ
Não há data prevista para a retomada do julgamento
Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) interrompeu na terça-feira (25) o julgamento virtual que discutia a abertura de um processo disciplinar contra o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), localizado em Porto Alegre.
A sessão teve início na segunda-feira (24). O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, votou favoravelmente à abertura do processo contra Malucelli. O desembargador é acusado de descumprir uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ao suspender deliberações de Eduardo Appio, ex-juiz da Lava Jato, relacionadas ao advogado Rodrigo Tacla Duran, réu em um dos processos da Operação Lava Jato.
Após o voto de Salomão, relator do caso, o julgamento foi retirado da pauta virtual. Não há previsão para sua retomada.
Malucelli é suspeito de ter conexões pessoais com a família do senador Sergio Moro (União-PR), o que poderia comprometer sua imparcialidade no caso.
No ano passado, Tacla Duran alegou ter sido alvo de perseguição por se recusar a ser extorquido durante o processo em que figura como réu. Ele relatou ao juiz Appio que foi abordado por um cabo eleitoral de Moro e um advogado associado à esposa do senador, Rosangela Moro, que lhe teria oferecido um acordo de delação premiada durante as investigações.
Após a divulgação desse depoimento, Moro afirmou não temer qualquer investigação e classificou as acusações de Duran como falsas e repetidas desde 2017.
Antes do início do julgamento, a defesa de Marcelo Malucelli assegurou ao CNJ que o magistrado nunca atuou ilegalmente em qualquer processo, incluindo os da Lava Jato.