Julgamento de réu da Boate Kiss que aconteceria hoje (16) é suspenso por tempo indeterminado

Agendado para começar nesta segunda (16), o julgamento do primeiro dos quatro réus indiciados por homicídio no processo criminal que investiga o incêndio da Boate Kiss foi suspenso e não possui nova data certa para ocorrer. Na tragédia, que aconteceu em 2013, na cidade de Santa Maria (RS), 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas.

Na última quinta-feira (12) pela tarde, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) ainda ajustava os preparativos para que o produtor musical Luciano Bonilha Leão fosse ao júri esta manhã. O julgamento tinha previsão de durar de três a cinco dias. Graças ao interesse público que o caso desperta, medidas para limitar o número de presentes e evitar o risco de propagação do Coronavírus já haviam sido aprovadas.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul deseja reunir os quatro réus do processo em um mesmo júri. Isso porque o TJ-RS transferiu para a capital gaúcha o julgamento dos outros três acusados, incluindo os empresários Elissandro Callegaro Sporh e Mauro Londero Hoffman e do músico Marcelo de Jesus dos Santos. A defesa do trio alegou que, em Santa Maria, havia risco dos jurados agirem de forma parcial, graças a comoção que o episódio gerou na cidade de aproximadamente 280 mil habitantes. A tese é reforçada pela Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria.

Sinalizador alastrou o fogo

Luciano Bonilha Leão era produtor musical da Banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no momento que o fogo se alastrou pela Boate Kiss, na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. Vocalista da banda, Marcelo Santos usou o sinalizador, do tipo sputnik, cujas faíscas atingiram o forro de espuma inflamável da causa noturna, causando o incêndio generalizado.