Justiça de SP suspende processo que poderia cassar Camilo Cristófaro por racismo
Defesa do vereador alegou que ela é “suspeita e parcial” por ter se manifestado contra a fala dele no plenário da Casa

Foto: André Bueno/Rede Câmara
Na manhã desta quarta-feira (22), a Justiça de São Paulo suspendeu a ação que pode cassar o vereador Camilo Cristófaro (Avante) por racismo. O TJ concedeu liminar para suspender a tramitação do processo disciplinar contra Cristófaro sob alegação de suspeição da vereadora Elaine Mineiro (PSOL), relatora do parecer de admissibilidade da denúncia.
A defesa do vereador alegou que ela é “suspeita e parcial” por ter se manifestado contra a fala dele no plenário da Casa. A Procuradoria da Câmara vai recorrer.
A ação foi movida após o vazamento de um áudio de Cristófaro em que ele disse: “Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né”. O episódio ocorreu no mês passado, durante sessão da CPI dos Aplicativos na Câmara. Em nota, a vereadora Elaine Mineiro disse que “lamenta profundamente a decisão” e que tem “tranquilidade em afirmar que nosso parecer se pautou por respeito a todos os princípios constitucionais do devido processo legal”.
Na última terça (21), a Polícia Civil de São Paulo indiciou Cristófaro pelo crime de racismo. A pena prevista é de reclusão de 2 a 5 anos e multa. Em nota divulgada em 4 de maio, o vereador admitiu que cometeu um erro ao usar o termo racista e disse que “precisa passar por uma desconstrução desses preconceitos”. O parlamentar também afirmou que “apesar de ter tido uma fala racista”, ele “não é racista em suas atitudes”.