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Justiça manda soltar mulher que vivia em loja do McDonald's no RJ após prisão por injúria racial

Juíza argumentou que Susane Paula Muratori Geremia é ré primária e idosa, mas proibiu retorno à lanchonete

Por Da Redação
Ás

Justiça manda soltar mulher que vivia em loja do McDonald's no RJ após prisão por injúria racial

Foto: Reprodução/Redes Sociais

As duas mulheres, mãe e filha, que vivem no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foram conduzidas à delegacia por suspeita de racismo na última sexta-feira (30). Susane Paula Muratori Geremia, de 64 anos, chegou a ser presa em flagrante por injúria racial, mas foi solta pela Justiça após audiência na tarde de sábado (31). 

A juíza Ariadne Villela Lopes negou o pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de converter a prisão em flagrante para preventiva pois considerou que a mulher é idosa e não tinha antecedentes.

A magistrada impôs as seguintes medidas cautelares a Susane: comparecimento mensal em juízo “para informar e justificar suas atividades” pelos próximos 2 anos; proibição de acesso e frequência ao McDonald’s do Leblon pelos próximos 2 anos; proibição de se comunicar com a adolescente que a denunciou; proibição de se aproximar da vítima, foi imposto um limite de 500 metros.

A filha, Bruna Muratori, de 31 anos, foi liberada porque nenhuma das testemunhas relatou ter ouvido dela as ofensas racistas. Uma adolescente de 15 anos diz que foi chamada de "pobre, preta, nojenta" por Susane.

Bruna e Susane têm chamado atenção de moradores por passar o dia na lanchonete da Rua Ataulfo de Paiva, esquina com a Rua Carlos Góis, ao lado de 5 malas. Elas chegam a consumir no estabelecimento e só saem de madrugada, quando a loja fecha. O caso foi revelado pela CBN em abril deste ano.

Como foi a confusão

Segundo as testemunhas, um grupo de cinco adolescentes foi ao McDonald's e depois de comprarem e pegarem os lanches no balcão subiram para o 2º andar do estabelecimento, onde estavam Susane e Bruna.

De acordo com uma das jovens do grupo, as duas "moradoras da lanchonete" se incomodaram por elas estarem rindo e começaram a gravar as adolescentes.

"Ela chegou pra gente e falou: 'abre a boca agora, suas fedelhas'. Chegou pra minha amiga e disse: 'sua preta'. Ela falou pra minha amiga: 'preta nojenta'. Depois chamou a gente de 'vagabundinha'. Ela falou isso pra adolescentes", contou uma das jovens à TV Globo.

Em depoimento, Susane alegou que foi chamada de "velha coroca" pelas meninas e negou que tenha cometido ofensas raciais.

De acordo com a Polícia Civil, Suzane e Bruna foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, em 2018, por injúria racial e condenadas a 1 ano em regime aberto. A pena foi substituída por prestação de serviços comunitários.

Elas também possuem três registros de ocorrência por calotes em hotéis em Copacabana. As queixas aconteceram em 2018, 2019 e 2021. Em todos os casos, elas foram expulsas por falta de pagamento das diárias utilizadas.

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