Justiça proíbe demissão de funcionários da Ford em fábrica de Camaçari, RMS
Liminar foi concedida na noite da sexta-feira (5)
Foto: Reprodução/TV Bahia
A Justiça do Trabalho proibiu na noite dessa sexta-feira (5), a demissão coletiva de funcionários da Ford da fábrica de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Na liminar, o juiz Leonardo de Moura Landulfo Jorge, da 3ª Vara do Trabalho de Camaçari, determinou que, durante as negociações e enquanto os contratos de trabalho estiverem em vigor, a Ford não poderá suspender o pagamento dos salários e das licenças remuneradas dos trabalhadores. Até o momento, não há informações sobre o conhecimento da Ford acerca da determinação.
Ainda de acordo com a liminar, a empresa não pode praticar "assédio moral negocial, de apresentar ou oferecer propostas ou valores de forma individual aos trabalhadores, durante a negociação coletiva, devendo, caso seja do seu interesse, informar a coletividade das tratativas através de comunicados oficiais". O juiz determinou ainda que, caso a liminar não seja cumprida, poderá ser aplicada uma multa de R$ 1 milhão por item descumprido, mais R$ 50 mil por trabalhador atingido.
Maior Polo Industrial da Bahia
O município de Camaçari abriga o maior Polo Industrial da Bahia e, após a decisão da Ford de encerrar as atividades, pode ter perda de 10% na arrecadação de receitas. O Polo Industrial de Camaçari completa, em junho, 43 anos de operação. Um dos maiores complexos industriais integrados do Hemisfério Sul, desempenha papel importante no setor produtivo do estado. De acordo com o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), o faturamento era de mais de R$ 60 bilhões e gera 45 mil empregos diretos e indiretos.
Os números colocavam Camaçari como o 15° maior Produto Interno Bruto (PIB) industrial do país. O Cofic afirma que trabalha para atualizar os dados após o anúncio do fechamento da montadora de veículos. Antes da saída da Ford, o polo tinha um faturamento anual de aproximadamente US$ 15 bilhões e as vendas para o mercado externo correspondiam a 30% do total das exportações baianas.