Kim critica Lula, ironiza Bolsonaro e defende avanço da Overclean, que mira caciques do União Brasil

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) afirmou que considera o governo do presidente Lula como “tão ruim” que o petista seria derrotado até mesmo por Jair Bolsonaro (PL) caso o antecessor não estivesse inelegível. Ele se refere ao levantamento do Paraná Pesquisas no qual o petista aparece com 33.3% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro soma 38,5 % em um cenário de segundo turno em 2026.

"A minha avaliação é que o governo Lula está sendo tão ruim, mas tão ruim, que perderia até para Jair Bolsonaro, que foi o único presidente da história do Brasil que perdeu uma reeleição com a máquina na mão. E, para além disso, fez com que Lula retomasse seus direitos políticos, indicando o ministro Kassio Nunes para o Supremo Tribunal Federal, que foi o voto de minerva para a suspeição do então juiz Sergio Moro", disse Kim em entrevista ao Farol da Bahia.

"Isso mostra o desgaste moral, desastre econômico do governo Lula e um campo fértil, não necessariamente para o Bolsonaro, porque ele está inelegível e não deve disputar as próximas eleições, mas para um candidato verdadeiramente de direita derrotar o Lula ou um outro candidato do PT, que o Lula também pode não ser candidato nas próximas eleições", avalia.

Fundador do MBL (Movimento Brasil Livre), o deputado diz que a agremiação deve lançar ainda neste ano um novo partido, o Missão, que um possível candidatura própria na disputa pela Presidência em 2026. 

“Deve ficar pronto em agosto. No máximo, setembro. Devemos organizar prévias para saber quem será o nosso candidato, mas a gente ainda não tem nomes. As prévias devem começar logo depois da oficialização do partido neste ano. 

Kim também disse a favor do aprofundamento da Operação Overclean, que mira empresários e integrantes da cúpula do União Brasil, dentre eles o líder na Câmara, o deputado baiano Elmar Nascimento. O grupo é suspeito de integrar uma organização criminosa que desviou dinheiro público por meio de emendas parlamentares e contratos fraudados.

"Eu acho que todos os escândalos de corrupção envolvendo desvio de emenda parlamentar, desvio de dinheiro público, têm que ser investigados, ir até o final, e os condenado para a cadeia. Infelizmente, o modelo de força-tarefa que nós tínhamos na Lava Jato acabou com a nomeação do procurador Augusto Aras, que foi nomeado por Jair Bolsonaro. As operações contra a corrupção perderam muita força, mas acho que aquelas que ainda sobreviveram, aquelas que ainda estão acontecendo hoje, devem ir até o final para responsabilizar todos aqueles que tenham desviado dinheiro público", declarou.

Na semana passada, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo apurou que o prefeito Bruno Reis (União Brasil), afilhado político de ACM Neto, é sócio desde 2022 do empresário Samuca Silva Franco, que foi alvo de busca e apreensão na última fase da Overclean.

Em um vídeo que circula na internet, Bruno Reis faz elogios a Franco e diz que conversa com ele frequentemente por telefone.

Em nota, Bruno disse que “o empreendimento citado se trata de um investimento no campo imobiliário em Ilhéus, no sul da Bahia, sem qualquer vinculação política ou com setor público, portanto, é relacionado à área privada”.

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