Lava Jato denuncia Frederick Wassef e mais 4 sob suspeita de lavagem de dinheiro
Advogado é alvo de investigação sobre supostos desvios na Fecomércio-RJ
Foto: Adriano Machado / Reuters
O advogado Frederick Wassef, que já atuou para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi denunciado nesta sexta-feira (25), pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro por peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com a acusação, R$ 4,6 milhões em recursos públicos foram desviados por meio de falsos contratos de prestação de serviços advocatícios.
Além de Wassef, outras quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal: Orlando Diniz, o ex-presidente da Fecomércio-RJ; o empresário Marcelo Cazzo; e as advogadas Luiza Nagib Eluf e Marcia Carina Castelo Branco Zampiron. A ação é um desdobramento da operação "Esquema S", que mirou um suposto esquema de tráfico de influência envolvendo grandes escritórios de advocacia. Jair e Flávio Bolsonaro não são investigados nessa operação.
Os denunciados nesta sexta (25), são acusados de crimes cometidos a partir do desvio de R$ 4,6 milhões das seções fluminenses do Sesc, Senac e da Fecomércio. Segundo os procuradores, os desvios ocorreram de dezembro de 2016 a maio de 2017 sob pretexto de prestação de serviços advocatícios à Fecomércio-RJ. Do total do recurso, R$ 2,68 milhões teriam ficado com Wassef, segundo a denúncia.
Na época, o contrato foi assinado com o escritório de Luiza Eluf, advogada e ex-procuradora do Ministério Público de São Paulo Os investigadores querem saber se o dinheiro foi empregado para alguma atividade concreta.
A denúncia contra Wassef e os outros quatro é a segunda apresentada na operação, deflagrada no início do mês. Além de Wassef, foram alvos de busca e denunciados os advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (que não é investigado), e Eduardo Martins, filho do atual presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins. A Justiça Federal aceitou a denúncia contra Zanin, Teixeira e Eduardo Martins e os tornou réus. Contudo, Zanin e Wassef negaram irregularidades.