Lava Jato fecha acordos para recuperar R$ 150 milhões da Operação Câmbio, Desligo

A Lava Jato fechou dois acordos de não persecução penal para recuperar R$ 150 milhões da Operação Câmbio, Desligo, que investigou o "grandioso esquema" de movimentação de US$ 1,6 bilhão de recursos ilícitos no Brasil o no exterior por meio de dólar-cabo.  

Os valores são referente as multas pelos crimes de sonegação fiscal e evasão de divisas cometidos por dois empresários e uma mulher herdeira que eram clientes dos doleiros Vinícius Claret (Juca Bala), Cláudio de Souza (Tony) e do “doleiro dos doleiros” Dario Messer.

Os três envolvidos eram beneficiados por quatro empresas offshores mantidas ilegalmente. Eles confessaram os crimes e descreveram as circunstâncias em que recorreram aos “serviços” dos doleiros. As contas foram descobertas durante as investigações da Câmbio, Desligo e nas delações premiadas de Juca Bala e Tony.

As quantias eram mantidas não declaradas em nome pessoal e de três empresas offshores, em contas no Banco Safra de Luxemburgo e, na Suíça, no Banco Audi e no Banco UBP. Nesse acordo, serão pagos aproximadamente US$ 24,1 milhões, equivalente, no câmbio atual, a valor próximo de R$ 127 milhões.

Já o segundo acordo é sobre uma mulher herdeira que manteve parte de sua herança recebida em 1993 e em 2007 em uma empresa offshore sediada em São Vicente e Granadinas, um país conhecido por ser paraíso fiscal no Caribe. Parte dos valores também estava em conta do VP Bank, no principado de Liechtenstein, na Europa. A herdeira devolverá aproximadamente US$ 4,35 milhões, equivalente, no câmbio atual, a cerca de R$ 23 milhões.

Os dois acordos fechados pela Lava Jato podem ser rompidos caso seja descoberto que os empresários ou a herdeira apresentaram origem falsa das quantias remetidas para o exterior. Caso ocorra, a Procuradoria pode denunciar o trio perante à Justiça.