Levantamento aponta que esquerda não recuperou espaço nas periferias nas eleições municipais
Analise estudou resultado de quatro capitais
Foto: Reprodução/Rede Brasil Atual
Quatro anos depois de resultados já discretos nas eleições municipais de 2016, a esquerda continua com dificuldade para voltar a atrair os eleitores mais pobres. De acordo com uma análise feita pelo jornal O Globo com base no desempenho nas periferias de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE), candidatos do campo progressista seguem perdendo espaço nessas regiões, seguindo a lógica dos últimos ciclos eleitorais.
O principal exemplo dessa alteração é a capital paulista. A última vitória da esquerda na cidade foi em 2012, quando Fernando Haddad foi eleito prefeito pelo PT. Na última segunda-feira (30), Guilherme Boulos (PSOL) comemorou o desempenho da esquerda nos bairros pobres. A queda no número de votos veio, majoritariamente, da periferia. No bairro de Parelheiros, por exemplo, Fernando Haddad teve 80% dos votos em 2012. No último domingo (29), Boulos venceu no bairro, mas por uma margem bem menor: recebeu 50,35% dos votos válidos.
"Nós vemos coletivos de juventude que buscam reconstruir uma vinculação ideológica da esquerda com essas periferias das grandes cidades. Mas é fato que esse eleitorado foi se tornando mais disputável com o passar dos anos, abrindo a competitividade para o campo da direita", afirma a cientista política Monalisa Soares, da UFC (Universidade Federal do Ceará).