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Líder do MST diz que haverá menos ocupações de terra no atual governo

Em entrevista ao site Poder 360, ele explicou que a mobilização deve ser menor porque as chances de se atingir o objetivo também são mais baixas

Por Da Redação
Ás

Líder do MST diz que haverá menos ocupações de terra no atual governo

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O economista João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou que o grupo deve realizar menos ocupações de terras durante o governo Jair Bolsonaro. Em entrevista ao site Poder 360, ele explicou que a mobilização deve ser menor porque as chances de se atingir o objetivo também são mais baixas.

“As famílias não fazem uma ocupação por um protesto político, fazem na esperança de ter aquela terra e ter solução para o seu problema. Quando percebem, pelas forças políticas que estão no governo, que o Incra está praticamente fechado, que não tem perspectiva nenhuma de ele [o governo] dar uma recuada, então nós estamos num tempo de recuo, de ficar no estacionamento esperando mudar o vento para ver como se altera a correlação de forças políticas”, esclareceu.

Stédile também foi questionado sobre uma famosa expressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que uma vez disse sobre o “exército de Stédile” — o MST — ir às ruas, em referência à capacidade de mobilização do grupo.

Ele reconheceu que a mobilização ficou menor devido às crises econômicas, que fazem cada classe social buscar uma solução para si, individualmente. “Em 2012, a crise veio com muita força. A crise econômica é à base de qualquer processo político. Ela rompeu a aliança de classes que sustentava o governo Dilma. A coitada da Dilma pagou um preço que não era dela. Ou seja: a crise econômica rompe a conciliação de classes e aí cada classe na crise tenta se salvar”, disse ao site.

Além disso, o líder do MST afirmou que a capacidade de mobilização do movimento é “muito pequena”. Para ele, o MST tem influência sobre a classe trabalhadora, a qual permanece mobilizada. “O povão só se mobiliza por algum fator psicossocial que leve a uma indignação muito grande em determinados períodos da história do país. Não é só porque Stédile, porque o Lula mandou”, declarou.

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