Livros de vencedor do Prêmio Nobel da Paz são queimados na Etiópia
Resolução de conflitos na fronteira entre Etiópia e Eritreia, e a reconciliação em seu próprio país e na região são destaques entre as ações realizadas
Foto: Reprodução
Cópias do mais novo livro do vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2019 - o primeiro-ministro Abiy Ahmed -, foram queimadas na Etiópia, na cidade de Dadar, em demonstração de apoio solidário ao líder opositor, Jawar Mohammed.
De acordo com as informações do grupo G1, o líder opositor relatou a retirada do esquema de segurança de sua casa capital Addis abeba, pelo governo. E após a declaração de Mohammed, protestos eclodiram ao redor de sua casa e em diferentes partes do país. Jawar usou sua empresa de comunicação, a Oromo Media Network (OMN), para relatar a onda de protestos de 2016-18 contra o governo do primeiro-ministro anterior, Hailemariam Desalegn, e ganhou muito prestígio entre pessoas da comunidade de Oromo, o maior grupo étnico da Etiópia, que se sentiram marginalizados política e economicamente.
Na ocasião, o jornalista nascido na Etiópia morava nos EUA, de onde tem cidadania, mas ele voltou ao país depois que Abiy assumiu o poder em abril do ano passado e começou a cobrar reformas, como a libertação de milhares de presos políticos; o fim do Estado de emergência e a redução do número de partidos políticos. Ainda de acordo com o G1, o primeiro-ministro permitiu maior liberdade de imprensa, sobretudo num país criticado internacionalmente por grupos de direitos humanos por sua repressão a jornalistas.
Antes de Ahmed subir ao poder, o governo mantinha um controle ferrenho sobre as tensões entre as numerosas comunidades étnicas da Etiópia. Mas muitas dessas tensões acabaram se tornando um conflito aberto. Abiy recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2019 no início deste mês por resolver o conflito de fronteira da Etiópia com a Eritreia e por promover a paz e a reconciliação em seu próprio país e na região.