Lula afirma que Lira defende semipresidencialismo para virar “imperador”
Segundo petista, Lira pretende retirar poder do presidente e passar para a Câmara dos Deputados
Foto: Agência Brasil | Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o petista, com a proposta do semipresidencialismo, Lira quer se tornar ‘o imperador do Japão’, retirando o poder do presidente para a Câmara dos Deputados.
“Temos que ter conhecimento de uma coisa, se a gente ganhar as eleições e o atual presidente da Câmara continuar com o poder imperial, porque ele já tá querendo criar o semipresidencialismo, ele já quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na Câmara e ele aja como o imperador do Japão”, pontuou o petista.
“Ele [Lira] acha que pode mandar inclusive administrando o orçamento. O orçamento é aprovado pela Câmara e pelo Congresso, mas tem que ser administrado pelo governo [federal] porque é pra isso que o governo é eleito. E é o governo que decide cumprir o orçamento aprovado em função da realidade financeira do Estado brasileiro”, enfatizou.
Para finalizar, o petista defendeu que a campanha seja ativa na divulgação dos candidatos alinhados à chapa que vem sendo construída. “Tem gente que acha que não precisa fazer comício, basta ficar nas redes sociais, mas eu não acho, vou viajar o Brasil e quero em cada comício ter uma lista de deputados, deputadas e senadores pra gente dizer ‘esses são nossos deputados, nossos senadores e é neles gente que vocês tem que voltar pra gente mudar o país”, concluiu.
Segundo informações divulgadas no Diário Oficial da Câmara de 17 de março, A Câmara dos Deputados criou um grupo de trabalho para realizar análises e debates sobre temas relacionados ao sistema de governo semipresidencialista.
O deputado Arthur Lira (PL), presidente da Casa, defende o tema, que não é algo que será instituído em breve, e sim a longo prazo. O gestor idealiza que a discussão ocorra entre os meses de abril, maio e junho e que o projeto de mudança para o semipresidencialismo comece a partir de 2030.