Lula afirma que reforma tributária é “muito complexa” e sugere mudanças pontuais
Fala do petista ocorreu durante um evento com presidenciáveis organizado pela Confederação Nacional dos Transportes

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou as discussões sobre a reforma tributária como “complexas”, na quinta-feira (28) e propôs que mudanças aconteçam pontualmente para que se crie um modelo que satisfaça “a todas as pessoas”.
A declaração do petista, que estava acompanhado do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice em sua chapa nas eleições deste ano, ocorreu durante um evento com presidenciáveis organizado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em Brasília.
“Eu não sei se a gente tem que continuar falando em reforma tributária, que é uma coisa muito complexa. Quem sabe a gente pega os pontos cruciais e, ponto por ponto, a gente consiga fazer com que aconteça no Brasil um modelo de tributação que a gente possa satisfazer a todas as pessoas”, afirmou. O presidente afirmou que é preciso abandonar pretextos para “não fazer as coisas” e fazer com que o projeto “atenda aos interesses da nação”.
Ainda na ocasião, Lula lembrou que, em 2007, durante seu governo, apresentou ao Congresso uma proposta de política tributária construída com todos os presidentes de federações de indústrias, lideranças dos partidos políticos e centrais sindicais, além dos 27 governadores.
“Quando eu levei a proposta de política tributária para o Congresso Nacional eu achei que ia ser votada como aquelas votações de prestações de contas no sindicato: quem é a favor fica como está, quem é contra levante a mão. Ou seja, a verdade é que, quando se escolheu o redator, que foi o [deputado] Sandro Mabel [então no PR-GO], a política tributária não andou e até hoje não aconteceu nada”, disse.
“Quando houve a queda do Lehman Brothers [em 2008], quem interveio para que a gente consertasse foi o governo americano. Se ele não colocasse trilhões e trilhões de dólares, não teria resolvido a quebra do sistema financeiro. Quando houve a crise da pandemia de Covid, quem é que resolveu o problema? O Estado. Porque se o Estado não entra, não tem solução, e o dinheiro que não existia, apareceu”, acrescentou
O petista ainda defendeu que o governo faça “o dinheiro aparecer” para que o país tenha infraestrutura e dê um “salto de qualidade”.
“O dinheiro existe. Eu posso dizer para vocês que o dinheiro existe, o tesouro tem dinheiro. Acontece que o burocrata tesoureiro (…) tem o hábito de sentar em cima do dinheiro e dizer que não tem dinheiro para nada. Ele adora dizer que tem dinheiro em caixa e, para mim, dinheiro em caixa é bom transformado em obra, rodovia, ferrovia, portos, aeroportos, empregos. É esse que é o caixa bom, e é isso que nós vamos fazer neste país”, finalizou.