Lula ameniza fala de pressão a deputados após repercussão negativa
Ex-presidente sugeriu que militância protestasse na frente da residência dos parlamentares
Foto: Agência Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) amenizou nesta quinta-feira (7), durante entrevista à rádio Jangadeiro, o estímulo para a militância pressionar deputados em suas residências sobre projetos em tramitação no Congresso. Na ocasião, o petista reafirmou a sugestão de que o público possa conversar com os parlamentares de forma civilizada após bater palmas na porta da casa dos deputados.
“Eu disse que, em vez de gastar uma fortuna indo a Brasília protestar, porque quando estamos dentro do Congresso não vemos o protesto, cada deputado e senador mora em uma cidade. Não custa nada para as pessoas que pretendem ir até a porta dele de forma civilizada”, disse Lula.
A fala de Lula provocou reação dos parlamentares, principalmente dos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada Carla Zambelli apresentou notícia-crime contra o pré-candidato a Presidência e o parlamentar Junio do Amaral ironizou a fala de Lula carregando uma arma. “Não custa nada, o cidadão vai lá, bate palmas, o deputado sai civilizado, atende os eleitores, pergunta o que eles querem, eles vão dizer que não querem uma determinada lei aprovada e o deputado diz se vai votar ou não. Qual o mal disso, ou o deputado vai votar às escondidas?”, questionou. “Infelizmente, parece-me que há deputados que não querem falar com o povo, só na altura das eleições”, concluiu.
Na última segunda-feira (4), o pré-candidato à Presidência da República sugeriu que, em vez de ir a Brasília fazer atos públicos, os trabalhadores e movimentos sindicais deveriam "mapear" o endereço de cada deputado e comparecer em sua porta, com um grupo de 50 pessoas, para "incomodar" a sua "tranquilidade".