Lula dispara contra empresários: "não existe a palavra pobre"

A declaração foi feita durante evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

Por Da Redação
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Lula dispara contra empresários: "não existe a palavra pobre"

Foto: Agência Brasil

O ex-presidente e candidato do PT à Presidência na eleição de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que tem se reunido com empresários e banqueiros e que sente falta de uma preocupação deles com os mais pobres. A declaração foi feita nesta quinta-feira, 28, durante evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada este ano na Universidade de Brasília (UnB).

Na ocasião, o petista também reclamou do teto de gastos, regra que impede o crescimento das despesas públicas acima do nível de inflação do ano anterior. "Eu tenho feito muitas reuniões com gente diversa, tenho feito reuniões com empresários, com banqueiros. É indescritível essas reuniões porque não existe a palavra pobre, não existe nenhuma palavra dita em relação à miséria que tomou conta desse País". Lula disse ainda que o teto de gastos prejudica os investimentos em ciência e tecnologia.

"O chamado teto dos gastos, que tira dos pobres para dar aos ricos, aprofundou a agenda neoliberal na direção do estado mínimo", acrescentou.

O candidato petista ainda aproveitou o momento para realizar críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL). "Ultrapassando as piores previsões, o atual governo colocou o Brasil numa máquina do tempo rumo ao passado. Fome, desemprego, destruição dos direitos trabalhistas, inflação, corrupção e ameaças à democracia são as marcas desse desgoverno que nega a ciência em todos os seus atos", completou.

O ex-presidente também disse que orçamento secreto "é a maior excrescência da política". "Fizeram o tremendo carnaval com o mensalão e hoje estão aprovando o orçamento secreto, que é a maior excrescência da política. O presidente não tem poder sobre o orçamento, é a Câmara dos Deputados que dirige o orçamento", criticou Lula.

Orçamento Secreto

O orçamento secreto é um esquema revelado pelo Estadão e consiste no uso, sem transparência, de emendas para beneficiar parlamentares que são favoráveis ao governo no Congresso. 

Na gestão de Lula na Presidência vieram a público escândalos de corrupção como o do mensalão, em que deputados recebiam dinheiro não declarado em troca de apoio ao governo, e o petrolão, descoberto a partir das investigações da Lava-Jato.

Ainda no evento, o candidato petista citou outros escândalos de corrupção envolvendo Bolsonaro, como a acusação de "rachadinha" contra Fabrício Queiroz, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL), e a acusação de esquema de propina no processo de compra da Covaxin, vacina indiana contra o coronavírus.

Lula dividiu o palco com o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o ex-ministro Aloizio Mercadante, que coordena o plano de governo da candidatura presidencial petista. Janja, a mulher de Lula, e o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa estavam na plateia.

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