Lula diz que é contra o aborto, mas defende que tema seja considerado de saúde pública
"Sou contra, mas ele existe", defendeu o pestista
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Após fazer comentários sobre o aborto e causar polemica nas redes sociais no início da semana, o pré-candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores nas eleições deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a falar sobre o tema nesta quinta-feira (7). Em entrevista à Rádio Jangadeiro, em Fortaleza, o petista deixou claro que é contra o procedimento. No entanto, ele voltou a defender que é preciso transformar a discussão em uma questão de saúde pública.
"Você sabe qual a vantagem de eu ter disputado muitas eleições? 1982, 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006? É que essa pergunta [sobre o aborto] já chegou pra mim mil vezes. Na fala, eu disse que sou contra o aborto. Eu tenho cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. O que eu disse é o seguinte: é preciso transformar essa questão do aborto em uma questão de saúde pública", afirmou o pestista.
Na ocasião, Lula reforçou que defende que pessoas que passem por um aborto tenham a oportunidade de contar com tratamentos disponibilizados pela saúde pública. "É só isso. Qual é o crime? Mesmo eu sendo contra o aborto, ele existe. E ele existe de forma diferenciada. Quando ele se dá com uma pessoa que tem poder aquisitivo bom, essa pessoa busca uma clínica boa, quem sabe viaja até no exterior e vai cuidar de se tratar”, afirmou Lula. “E a pessoa pobre? Uma pessoa pobre que não tem como se tratar. Como ela faz?”, questionou.
Para Lula, o Estado tem que dar atenção a essas pessoas pobres "que por muitas razões" fazem o aborto. "Eu não quero saber porque ela está abortando. Mas, às vezes, ela aborta e o estado tem que cuidar, não pode abandonar", disse. "O aborto existe. Por mais que a lei proíba, que a religião não goste, ele existe. E muitas mulheres são vítimas disso", concluiu o petista.
Polêmica
Na última terça-feira (5), durante um evento promovido pela Fundação Perseu Abramo, Lula disse: "Aqui no Brasil, as mulheres pobres morrem tentando fazer um aborto, porque é proibido, o aborto é ilegal. Na verdade, o aborto deveria ser transformado em uma questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha”.