Lula elogia condição de Gleisi para ser ministra, mas diz que não há nada definido
No encontro, o presidente afirmou também que quem quiser derrotar seu governo precisará ir para a rua
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente Lula (PT) defendeu a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), cotada como nova ministra de seu governo, mas negou que tenha definido trocas até aqui.
"[Ela] tem condição de ser ministra em muitos cargos, mas, até agora, não tem nada definido. Não sentei para ficar pensando se vou ou não trocar ministro", disse.
"A Gleisi é um quadro refinado. Politicamente, tem pouca gente nesse país mais refinado que a Gleisi", completou, lembrando que ela já foi ministra da Casa Civil da ex-presidente Dilma Rousseff.
O petista concede entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. A conversa acontece em meio à mudança na Secom (Secretaria de Comunicação Social), com a chegada do publicitário Sidônio Palmeira, que já alertou aliados que pretende dar mais visibilidade ao presidente.
No encontro, o presidente afirmou também que quem quiser derrotar seu governo precisará ir para a rua.
"Digo sempre que quem quiser derrotar o meu governo tem que aprender a fazer luta de rua [...] esse é meu tipo de governar e fazer com que as coisas deem certo no Brasil", afirmou.
"É mais fácil ficar na internet mentindo, mas é muito difícil ter coragem de ir para a rua e discutir com povo as coisas que estão acontecendo no país", seguiu.
Ele disse que quer derrotar "definitivamente a mentira" no país.
"Não é possível o que está acontecendo no mundo com a democracia. Na verdade, a democracia será a grande derrotada se a gente permitir o crescimento da extrema-direita como está a acontecendo", afirmou.
Participam da entrevista os repórteres de veículos que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto. Dez profissionais foram sorteados para fazer perguntas ao presidente. Os veículos foram O Globo, Rede TV!, TV Meio Norte, UOL, R7, ICL, Rádio Gaúcha, Platô, Broadcast e Valor.
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A entrevista de Lula é concedida na sequência de queda na avaliação do presidente em pesquisas recentes, ligando alerta no Palácio do Planalto. Levantamento da Quaest mostrou que pela primeira vez no terceiro mandato a avaliação negativa do governo Lula superou a positiva.
A pesquisa mostrou que 37% avaliam negativamente o governo, um crescimento de seis pontos em relação à última sondagem, em um intervalo de um mês e meio.
A gestão é considerada positiva por 31% dos entrevistados e avaliada como regular por 28%. Outros 4% não souberam ou não quiseram responder.
O governo colocou o preço dos alimentos como a principal prioridade neste início de ano, com o próprio Lula cobrando seus ministros durante reunião ministerial. As ações, no entanto, já começaram com ruídos após fala do ministro Rui Costa (Casa Civil) dizendo que o governo faria "intervenções" no preço, sugerindo medidas mais heterodoxas. O ministro depois recuou da fala.
Além disso, o governo deve enfrentar mais pressão com a possibilidade de um reajuste no preço do diesel, que pode impactar no preço do frete e dos produtos, além de dar margem para insatisfação de caminhoneiros, categoria com setores ligados ao bolsonarismo.
Por outro lado, o próprio Lula já declarou publicamente que "2026 já começou", em referência às eleições presidenciais. No entanto, o mandatário colocou em dúvida durante reunião ministerial que será candidato à reeleição.