Lula minimiza críticas por relação com Maduro: 'ninguém é obrigado a concordar'
Presidentes do Uruguai e do Chile criticaram as declarações do petista sobre a Venezuela
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Lula (PT) minimizou, nesta terça-feira (30), críticas feitas após o encontro dele com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, e disse que "houve muito respeito" na reunião com o presidente venezuelano. A declaração foi feita no encerramento da cúpula com presidentes da América do Sul.
Lula declarou que "ninguém é obrigado a concordar com ninguém" e que Maduro faz parte do mesmo continente. O presidente ainda defendeu a retomada da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e pediu que os mandatários não se dividam por causa de ideologias.
"Sempre defendi a ideia de que cada país é soberano para decidir modelo político, coisas internas. A mesma exigência que o mundo faz para a Venezuela, não faz para a Arábia Saudita. É muito estranho. Eu quero que a Venezuela seja respeitada. Quero isso para o Brasil e o mundo inteiro", disse Lula sobre o encontro com Maduro.
O petista recebeu, nesta terça, 11 representantes de países da América do Sul, no Palácio Itamaraty, em Brasília, para tentar retomar a cooperação entre as nações do continente. O mandatário brasileiro apresentou dez propostas aos líderes, entre elas a discussão de uma moeda comum para fins comerciais entre os países da região.
Lula alegou que a Venezuela é alvo de "narrativas", em referência às afirmações de que o país é uma ditadura. Depois dessa fala do petista, os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, disseram que discordam da visão de Lula de que se trata de "narrativas", e não da realidade.