Maceió declara estado de emergência por risco de colapso em mina da Braskem

A prefeitura de Maceió anunciou na quarta-feira (29), o estado de emergência por um prazo de 180 dias devido ao risco iminente de colapso em uma das minas da petroquímica Braskem. A mina 18, localizada no Mutange, um dos bairros afetados pelo afundamento do solo, levou ao esvaziamento de residências e ao deslocamento de 55 mil moradores. O desastre, iniciado em 2018, tem suas raízes na exploração inadequada do sal-gema pela mineradora, causando tremores de terra e rachaduras nas áreas afetadas.

O decreto assinado pelo prefeito JHC (PL) destaca o aumento expressivo da movimentação superficial do solo na região, indicando a iminência de colapso na mina 18 da Braskem, situada na região da Lagoa Mundaú. A medida concede às autoridades municipais o direito de entrar em imóveis para efetuar evacuações rápidas em resposta a possíveis desastres.

O governador Paulo Dantas (MDB) anunciou que equipes da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil chegam ao estado para monitorar o que ele descreve como "o maior crime ambiental urbano do mundo". Dantas alerta sobre a possibilidade de grandes crateras em caso de desabamento.

A Braskem, em nota, informou que, devido a microssismos e movimentações de solo atípicas registradas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na Área de Resguardo. Os eventos foram identificados em um ponto próximo à Avenida Major Cícero de Goes Monteiro. A petroquímica assegura que a área afetada já estava com atividades paralisadas preventivamente para evitar interferências na coleta de dados e que medidas adicionais foram tomadas conforme os protocolos da empresa e da Defesa Civil.

Este anúncio ocorre após a determinação judicial, no mês passado, de que a Braskem indenize o Estado de Alagoas pelos impactos de suas atividades em Maceió. Na próxima semana, está prevista a apresentação de um requerimento para a abertura da CPI da Braskem no Senado.