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'Máfia dos concursos': PF investiga esquema familiar que cobrava até R$ 500 mil por vagas

Grupo utilizava tecnologia avançada, acesso a gabaritos e estrutura familiar para fraudar concursos públicos em todo o país

Por Da Redação
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'Máfia dos concursos': PF investiga esquema familiar que cobrava até R$ 500 mil por vagas

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasil

A Polícia Federal revelou um esquema de fraudes em concursos públicos, apelidado de “máfia dos concursos”, que atuava a partir do sertão da Paraíba e tinha ramificações em diversos estados. Segundo a investigação, o grupo oferecia aprovações garantidas em concursos como se fossem produtos comercializáveis, cobrando até R$ 500 mil por vaga e utilizando métodos sofisticados, como pontos eletrônicos implantados cirurgicamente, mensagens codificadas e acesso antecipado a gabaritos.

O núcleo familiar, centrado em Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar expulso em 2021, incluía irmãos, cunhada, sobrinha e filhos, cada um com funções específicas na estrutura do esquema. Wanderlan era apontado como articulador principal, responsável pela negociação com candidatos e distribuição de gabaritos. Outros membros da família, como Valmir e Larissa, atuavam como “vitrine” do esquema, sendo aprovados em concursos para atrair novos interessados.

Além dos familiares, a PF identificou outros participantes-chave: Ariosvaldo Lucena de Sousa Júnior, Thyago José de Andrade e Luiz Paulo Silva dos Santos, com histórico de envolvimento em dezenas de fraudes. Um adolescente de 17 anos também foi citado em participação técnica, atuando na manipulação de provas.

Segundo a investigação, os valores pagos pelos candidatos não se restringiam a dinheiro em espécie, incluindo ouro, veículos e até procedimentos odontológicos. Para lavar os recursos obtidos, o grupo utilizava “laranjas”, compra e venda simulada de imóveis e movimentações financeiras suspeitas, como depósitos incompatíveis com a renda dos investigados.

O esquema atingiu diversos concursos, como Polícia Federal, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, concursos de Polícias Civil e Militar, Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o Concurso Nacional Unificado (CNU). No CNU de 2024, pelo menos 10 candidatos teriam sido beneficiados, com gabaritos idênticos, inclusive nos erros.

A PF reuniu provas robustas, incluindo gabaritos idênticos entre candidatos, interceptações telefônicas, mensagens codificadas, movimentações financeiras suspeitas e documentos que indicam participação estruturada e contínua do grupo. Especialistas compararam a coincidência de respostas idênticas nos concursos à chance de vencer 19 vezes consecutivas na Mega-Sena, reforçando a suspeita de fraude.

O caso ainda está em andamento, com investigação sobre a participação de servidores públicos, profissionais da saúde e intermediários locais que teriam auxiliado na instalação de dispositivos eletrônicos e na movimentação financeira do esquema.

 

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