Maia prevê desemprego disparado e inflação 'voltando com força' para 2021
Presidente da Câmara disse que governo está demorando para definir as prioridades econômicas

Foto: Reprodução/ Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se demonstrou pessimista com a demora do governo em definir as prioridades econômicas para o próximo ano e pelo atraso da pauta da Câmara, obstruída pela base do governo em uma disputa pela presidência da Comissão Mista de Orçamento.
Através de uma live, promovida pelo jornal Valor Econômico, Maia disse estar "mais preocupado hoje do que em julho”, com o cenário atual em relação ao de julho. Na ocasião, ele ainda alertou que o país vai entrar em 2021 com a dívida muito alta, com o desemprego disparado e com a inflação "voltando com força".
Ele declarou que a responsabilidade pela busca de soluções não pode ser apenas dos parlamentares, mas também do Executivo e Legislativo.
Maia insistiu na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no início de dezembro. Mas, antes do LDO, ele quer ver a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/19, que regulamenta e cria gatilhos para a manutenção do teto de gastos.
“Se fizermos a conta dos prazos para passar o orçamento é fundamental que a gente tenha a PEC Emergencial aprovada antes. E não é simples. Tem pontos muito polêmicos, muitos parlamentares ficam assustados. Um líder experiente disse que, de 17 a 19 pontos em que se pode cortar no orçamento, destacou que têm 10 ou 11 que não aceita nem conversar. É um momento muito difícil, de insegurança grande. Ninguém sabe o que vem e há uma falta completa da organização da agenda”, criticou.
“Não tem solução fácil. Na política, muitas vezes, é assim. Se quisermos a PEC Emergencial e o Orçamento, precisamos andar rápido e com coragem para que a Câmara possa ter condições de fazer o debate e promulgar a matéria”, sugeriu.