Mais da metade dos Yanomamis vive em situação de risco de saúde
Pesquisa aponta que garimpo afeta 59% dos rios próximos às comunidades
Foto: Agência Brasil
Um estudo recente realizado pelo grupo Geo-Yanomami, composto por especialistas de várias instituições, incluindo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela que as atividades de garimpo e invasões na Terra Indígena Yanomami afetaram 59% dos rios próximos às comunidades indígenas em Roraima.
O grupo também analisou aproximadamente 25 mil km de extensão de rios dentro do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) da região, concluindo que cerca de 2.000 km têm a presença de indígenas vivendo em suas margens, porém mais da metade (53%) estão contaminados, afetando uma população de 12 mil pessoas.
O estudo revela que a degradação ambiental e o mau uso do solo causada pelo garimpo se relacionam diretamente com o aumento dos problemas de saúde dos indígenas nos últimos anos. Entre as principais alterações observadas no Território Yanomami estão as queimadas, com 708 km² de áreas atingidas entre 2017 e 2022. Além disso, ainda há o efeito do desmatamento e mineração, outras atividades que mais destruíram a floresta em Roraima.
“Com os resultados produzidos pelo estudo, esperamos auxiliar no planejamento de ações para enfrentar a crise de saúde nas comunidades Yanomami, não apenas em momentos de emergência, como agora, mas também nos próximos anos”, explica Diego Xavier, pesquisador do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz e integrante do grupo Geo-Yanomami.“Essa análise é um passo inicial que precisa ser aprimorado com informações de campo e monitoramento”, completou.