Bolsa família: mais de 1,3 milhão de famílias saem do programa após superarem requisito de renda do governo federal

Mais de 1,3 milhão de famílias foram retiradas do Bolsa Família por superarem o requisito de renda imposto pelo programa social, de acordo com dados do governo federal. Pelas regras, só podem ser beneficiárias as famílias cuja renda per capita (ou seja, por pessoa) é de, no máximo, de R$ 218 por mês. 

Os beneficiários do Bolsa Família também são resguardados pela chamada "Regra de Proteção", que permite eles tenham empregos ou iniciem os próprios negócios, alcançando uma renda por pessoa entre R$ 218 e R$ 759 (meio salário mínimo), sem perder o benefício de forma imediata.

Essa condição é mantida por até dois anos, com as famílias recebendo apenas 50% do valor do programa, para que tenham estabilidade financeira antes de deixarem o Bolsa Família. Entre 2023 e 2024, 4,4 milhões de famílias entraram nesta regra.

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) atribuiu o aumento da renda, que retirou as famílias do programa, a fatores como crescimento econômico e valorização do salário mínimo, além de políticas de incentivo ao emprego e ao empreendedorismo.

Em comparação com 2023, quando cerca de 590 mil famílias foram retiradas do programa, houve um aumento de 54%. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre janeiro de 2023 e setembro de 2024, mais de 91% dos empregos formais criados no Brasil foram ocupados por pessoas inscritas nos programas Bolsa Família e CadÚnico, o que pode ajudar a explicar o percentual.

Além disso, dados do governo apontam que entre junho de 2023 e dezembro de 2024, 1,5 milhão de famílias deixaram de ser de baixa renda e outras 972 mil se tornaram classe média. O programa de transferência de renda tinha, em 2024, cerca de 20,7 milhões de famílias foram contempladas com o benefício, em um total de R$ 148,9 milhões aplicados. O censo de 2025 ainda não foi divulgado.