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Mais de 100 espécies de animais encontradas na Caatinga estão em ameaça de extinção

Tatu-bola-do-nordeste está com estado de conservação vulnerável

Por Da Redação
Ás

Mais de 100 espécies de animais encontradas na Caatinga estão em ameaça de extinção

Foto: Reprodução

Das 1.182 espécies catalogadas encontradas na Caatinga, 125 estão em alguma categoria de ameaça de extinção, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O tatu-bola-do-nordeste, espécie ameaçada de extinção, está com estado de conservação vulnerável.

A médica veterinária Flávia Miranda, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), explica que o combate à desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, agravado por queimadas e desmatamento, com a retirada da vegetação nativa para a expansão de atividades agrícolas e pecuárias, colocam a biodiversidade em risco no bioma.

“Todo esse cenário provoca a perda de habitat para diversas espécies. É importante lembrar que a fauna da Caatinga é muito rica e interessante, com espécies endêmicas que são símbolo do nosso país, como o tatu-bola-do-nordeste (Tolypeutes tricinctus), além de répteis, aves e roedores”, frisa a pesquisadora. “O tatu-bola, espécie ameaçada de extinção, ocorre sobretudo na Caatinga, além de um pedacinho do Cerrado”, salienta a especialista, referindo-se ao animal escolhido como mascote da Copa do Mundo de Futebol de 2014. 

Ameaças

Segundo levantamento realizado em 2022 pelo MapBiomas a partir da análise de imagens de satélite, a redução de áreas naturais na Caatinga superou os 6 milhões de hectares nos últimos 37 anos, representando 10,54% da área mapeada desde 1985. Neste período, a Caatinga perdeu mais de 160 mil hectares de superfície de água - um decréscimo de 16,75%. Com exceção de Sergipe, todos os estados da Caatinga tiveram redução de superfície de água.

De acordo com o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, cerca de 9% do bioma está coberto por unidades de conservação, sendo pouco mais de 2% por unidades de proteção integral (Parques, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas), que são as mais restritas a atividades humanas. 

 

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