Mais de 3 milhões de brasileiros tiveram o WhatsApp clonado em julho
Segundo o PSafe, foram registrados mais de 40 mil links de golpes ativos

Foto: STAN HONDA / STF
De acordo com um pesquisa realizada pelo laboratório especializado em segurança digital da PSafe, mais de 3 milhões de usuários do WhatsApp foram vítimas do golpe de clonagem no Brasil. A pesquisa tem como objetivo coletar dados sobre o panorama da cibersegurança no país, com base em registros de julho.
O levantamento apontou uma queda de 18% no número de golpes de clonagem de WhatsApp. Porém, os registros deste tipo de crime chegou a 340 mil vítimas no país mês passado. Durante o mês de julho deste ano, a pesquisa registrou 40 mil links de golpes ativos. Com isso, há uma estimativa que pelo menos 5,8 milhões de brasileiros tenham sido atingidos por esses links.
Como funciona
Os golpistas se apropriam do código de ativação do mensageiro, enviado por mensagem de SMS ao celular do usuário, para ter acesso ao WhatsApp da vítima. Segundo a pesquisa, um dos procedimentos mais usados pelos criminosos para clonar as contas do aplicativo de mensagens consiste em acessar ilegalmente as conversas da vítima e se passar por ela para pedir dinheiro a parentes e amigos, que são instruídos a fazer depósitos em contas de terceiros.
Segundo o diretor do laboratório de segurança da Psafe, Emilio Simoni, um outro modelo de golpe que utiliza notificações no navegador (chamadas “push notifications”) foram os mais utilizados por golpistas no período.
“A estratégia dos criminosos é induzir a vítima a clicar em um link malicioso, geralmente compartilhado através de redes sociais ou WhatsApp, com a promessa de acesso a um conteúdo específico. A página falsa, então, solicita a permissão para o envio de notificações push. Ao conceder a permissão, a vítima permite que o cibercriminoso envie a ela anúncios, que geram lucro aos atacantes através das visualizações, e também acaba permitindo o recebimento de novos golpes “, informou especialista.
Ainda de acordo com Simoni, a prevenção e a atenção dos usuários são fundamentais para a redução dos casos. “A popularidade que este tema ganhou nos últimos tempos ajudou na conscientização e certamente contribuiu para a diminuição no número de vítimas em julho. Mas ainda não é o suficiente para o combate efetivo ao golpe, os criminosos estão sempre criando novos maneiras para atrair e enganar vítimas, por isso é necessário ter sempre barreiras e antivírus instalados em celular”, disse.