Mais de 40% dos jogadores negros já sofreram racismo, revela pesquisa
Levantamento analisa realidade de atletas que atuam nos principais campeonatos
Foto: Divulgação/CBF
A pesquisa "Diversidade no Futebol Brasileiro", conduzida pela Fisia, detentora dos direitos de comercialização da Nike no Brasil, revela que pelo menos 41% dos jogadores negros que atuam nos principais campeonatos do país já foram vítimas de racismo. Os resultados destacam os ambientes mais prejudiciais para essa prática, como os estádios (53,9% dos casos) e as redes sociais (31,4% dos casos).
Além disso, a pesquisa chama a atenção para a ocorrência de racismo em outros espaços frequentados pelos atletas, como centros de treinamento e sedes de clubes (casos denunciados por 11,4% dos participantes).
Produzido pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e com financiamento da Fisia, o levantamento ouviu 508 profissionais, entre atletas e membros da comissão técnica das divisões de elite do esporte nacional.
Intolerância religiosa
De acordo com a pesquisa, 97% das pessoas que praticam religião de matriz africana dizem não ser respeitadas em sua crença no meio do futebol, dominado por cristãos católicos (52,8%) e evangélicos (30,91%).
Mulheres
A análise dos dados também destacou a defasagem na participação feminina no esporte. Conforme a pesquisa, o futebol masculino possui apenas 8% de profissionais mulheres, enquanto 45% das pessoas envolvidas no futebol feminino são homens. No futebol masculino, as mulheres são direcionadas principalmente para cargos relacionados à comunicação e saúde.