“Mais desinforma do que informa”, diz Queiroga ao atribuir à imprensa resistência das pessoas a vacina da AstraZeneca
Fala do ministro foi durante uma audiência pública no Senado nesta segunda-feira (26)
Foto: Agência Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, culpou a imprensa por causa da resistência que a população tem criado em tomar a vacina AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, contra a covid-19. Durante uma audiência pública no Senado nesta segunda-feira (26), ele disse que a imprensa “mais desinforma do que informa” e por isso as pessoas têm rejeitado o imunizante. “A Anvisa avalia a segurança, avalia a eficácia das vacinas. Só para ilustrar, a AstraZeneca, que é uma vacina com registro definitivo da Anvisa, por conta de todas essas questões suscitadas na imprensa, que mais desinforma que informa, as pessoas não querem tomar a vacina da AstraZeneca. Muitos estão rejeitando”.
A resistência tem sido notada por autoridades sanitárias. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Amazonas e Espírito Santo são as unidades da Federação onde foi constatado o desinteresse pelo imunizante.
Ainda na audiência, Queiroga disse aos senadores que "as informações têm que ser uniformes. Se a vacina for autorizada pela Anvisa, nós vamos colocá-la no calendário e, por óbvio, a vacinação vai caminhar mais célere".
Na última semana, o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, afirmou que o Governo do Distrito Federal também havia percebido essa resistência em relação ao imunizante.
As doses da AstraZeneca representam 18% da imunização no país, com mais de 6 milhões de unidades aplicadas.
A justificativa mais comum, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é o receio de eventos adversos. Em raríssimos casos, houve registros de problemas vasculares após a aplicação da AstraZeneca. Os efeitos colaterais não são comuns tampouco existe qualquer orientação sobre a interrupção do uso da vacina no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem reforçado a segurança do imunizante. Também há dúvidas sobre o intervalo mais longo entre as doses, de três meses, em comparação com o da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, que é de 28 dias.