Coronavírus

Manaus tem 7º dia seguido com 100 óbitos

Empresas funerárias alertam para o fim do estoque de caixões

Por Da Redação
Ás

Manaus tem 7º dia seguido com 100 óbitos

Foto: Reprodução/G1

Manaus pode ficar sem caixões nos próximos dias. Após completar sete dias seguidos com mais de 100 óbitos por dia, a capital do Amazonas vê o colapso no sistema funerário se intensificar. E o prazo para evitar que faltem caixões para os mortos fica ainda mais apertado.

Na última sexta (24), o sindicato das empresas funerárias do Estado do Amazonas alertou para o fato de que o estoque de caixões só seria capaz de atender a alta demanda provocada pelo coronavírus por mais dez dias. No entanto, com cerca de 600 urnas ainda à disposição, o presidente da entidade Manuel Viana se viu obrigado a rever esta conta.

“Nós temos entre 500 e 600 caixões no estoque. Com mais de cem enterros diários, não vai durar mais do que cinco dias”, disse. 

A Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif) negocia com o Governo Federal a cessão de um ou mais aviões cargueiros para transportar 2 mil caixões de Campinas para Manaus. Neste domingo (26), em resposta a um contato da Secretaria Especial de Articulação Social, a entidade encaminhou um ofício no qual detalha a quantidade e as dimensões das urnas. Agora, aguarda por uma resposta urgente.

“Se esta operação não for possível, temos que enviar as urnas por caminhão no máximo na terça-feira. E ainda assim não chegarão a tempo. Porque o caminhão leva 11 dias para chegar a Manaus”, informa Lourival Panhozzi, presidente da Abredif.

Além dessas tentativas, Manuel Viana busca também uma ajuda do Acre. Segundo ele, membros do governo estadual tentam disponibilizar um avião para buscar as urnas funerárias em Campinas.

A Prefeitura de Manaus, para tentar solucionar ou ao menos minimizar o caos, adotou duas medidas. Uma delas é a disponibilização de cremação gratuita. O serviço está disponível desde sábado. Mas, como não há esse hábito na cidade e a informação ainda não chegou ao conhecimento de todos, a adesão ainda é ínfima. No primeiro dia, apenas quatro corpos foram cremados. As famílias que aceitam são convencidas no momento em que tentam dar entrada no processo de sepultamento.

A partir desta segunda (27), os enterros passarão a ocorrer em camadas triplas. As trincheiras, como são chamadas as valas comuns, passarão a ser mais profundas de modo que caibam três fileiras de caixões uma sobre a outra.

Todo este cenário é decorrente da enorme quantidade de sepultamentos diários. Na última semana, foram 847 sepultamentos de acordo com a prefeitura. A média é de 121 a cada 24 horas. Destes, no entanto, apenas 57 tiveram a Covid-19 como causa da morte. Uma diferença que mostra o tamanho da subnotificação no Estado do Amazonas.
 

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