Mansão comprada por Flávio Bolsonaro tem valor incompatível com declaração de renda do senador
A assessoria do parlamentar informou que a casa foi adquirida através de valores oriundos da venda de seu imóvel no Rio de Janeiro
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comprou uma mansão, no início deste ano, no valor de R$ 6 milhões em um bairro nobre de Brasília. Contudo, o valor do imóvel é quase quatro vezes o patrimônio declarado por ele em 2018, quando informou possuir bens no valor total de R$ 1,7 milhão, incluso dois imóveis e participações em uma loja de chocolates, a qual vendeu recentemente.
O valor da mais nova aquisição de Flávio, em 29 de janeiro, foi de R$ 5,97 milhões. O imóvel tem 2.400 m², fica localizado em uma área batizada do Setor de Mansões Dom Bosco. O documento do cartório, obtido pelo EXTRA, consta como compradores Flávio e sua esposa, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro. A vendedora é a RVA Construções e Incorporações.
Ainda de acordo com o documento, do total do imóvel, não houve contratação de um financiamento junto ao Banco de Brasília para o pagamento de R$ 3,1 milhões. Serão 360 prestações mensais pagas com o salário de R$ 33 mil mensais de Flávio como senador.
Flávio é investigado pelo suposto esquema de desvios de recursos dos salários de seus assessores quando era deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), além de ser acusado de suposta lavagem de dinheiro por meio da venda de imóveis. A denúncia contra ele apontava que foram desviados R$ 6,1 milhões dos cofres públicos em pagamentos de 12 funcionários fantasmas lotados em seu gabinete.
Por meio de nota, a assessoria de Flávio Bolsonaro informou que a casa foi adquirida com recursos próprios, através de valores oriundos da venda de seu imóvel no Rio de Janeiro. E mais da metade do valor teria ocorrido "por intermédio de financiamento imobiliário". "Tudo registrado em escritura pública. Qualquer coisa além disso é pura especulação ou desinformação por parte de alguns veículos de comunicação", disse.