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Marcelo Bretas é acusado de negociar penas, orientar advogados e fazer combinações com o MP

As informações foram divulgadas pela revista Veja nesta sexta-feira (4)

Por Da Redação
Ás

Marcelo Bretas é acusado de negociar penas, orientar advogados e fazer combinações com o MP

Foto: Agência Brasil

O advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho, de 31 anos, afirmou, de acordo com a revista Veja, que o juiz federal Marcelo Bretas é responsável por negociar penas, orientar advogados, fazer combinações com o Ministério Público e influenciar a eleição de 2018. As informações foram publicadas, em reportagem, nesta sexta-feira (4). De acordo com a revista, Nythalmar Dias fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), que ainda precisa ser homologado, e prometeu colaborar e  revelar às autoridades os segredos por trás dos crimes.

Na ocasião, advogado teria apresentado uma gravação, de uma conversa feita em 2017, na qual ele, o juiz e um procurador da República conversavam sobre uma estratégia para convencer o ex-dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, que foi preso durante a Lava Jato, a confessar seus crimes mediante o oferecimento de vantagens judiciais. No áudio, cuja transcrição faz parte do material obtido por VEJA, o juiz diz a Nythalmar, representante de Cavendish, que havia sondado o Ministério Público sobre um acordo e, caso tudo saísse como combinado, poderia “aliviar” a pena do empresário. 

“Você pode falar que conversei com ele, com o Leo, que fizemos uma videoconferência lá, e o procurador me garantiu que aqui mantém o interesse, aqui não vai embarreirar”, diz Bretas ao advogado. Leo é o procurador Leonardo Cardoso de Freitas, então coordenador da Lava-Jato no Rio de Janeiro. O procurador também participava da conversa, realizada através de videoconferência. Na sequência, Bretas garante que a sentença do empresário será abrandada. Na conversa, Bretas disse “para deixar com ele que iria aliviar”.

Segundo documentos da delação, Nythalmar Dias afirma que a conversa “demonstra de forma inequívoca a forma que o juiz responsável, juntamente com os membros da Força-Tarefa, montou um esquema paraestatal, ilegal de investigação, acusação e condenação”. O juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio de Janeiro, ganhou notoriedade pelo trabalho realizado  à frente da 7ª Vara Federal em processos que resultaram na prisão de políticos importantes, como o ex-presidente Michel Temer e o ex-governador Sérgio Cabral, e de empresários do porte de Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, e Eike Batista, que já foi um dos homens mais ricos do país. 

Segundo o criminalista, Bretas não é imparcial. A Veja informou que o advogado revelou que o magistrado se comporta como policial, promotor e juiz ao mesmo tempo: negocia penas, orienta advogados, investiga, combina estratégias com o Ministério Público, direciona acordos, pressiona investigados, manobra processos e já tentou até influenciar eleições .

Trechos da reportagem:

Audiência com Gilmar

No ano passado, Nythalmar Dias Ferreira telefonou para o STF depois de ser alvo de mandados de busca e ter celulares e computadores apreendidos pela Polícia Federal. Na ocasião, ele tentou uma audiência com o ministro Gilmar Mendes. Em troca de benefícios, se propunha a testemunhar e apresentar provas de “graves ilegalidades”. Não teve sucesso. Cinco meses depois, assinou um acordo com a PGR. 

Delação com o MP

Cavendish começou a falar sobre seus crimes e assinou um acordo de delação premiada com o MP. Confessou o pagamento de milhões em propina a políticos, e por isso ganhou o direito de responder o processo em liberdade.

Acordo com Cabral 

Nythalmar diz que o juiz intermediou um acordo informal com o ex-governador Sérgio Cabral em que a troca seria poupar a primeira-dama Adriana Ancelmo das investigações. O pedido teria sido feito em 2018 pelo filho de Cabral a Bretas. De acordo com a  Veja,  o juiz concordou, ajustou os detalhes com o procurador Eduardo El Hage, então chefe da operação no Estado, e deu orientações para que Cabral e a Adriana escrevessem uma carta abrindo mão de todo patrimônio. 

Eleições de 2018 

O ex-governador do Rio Wilson Witzel e o prefeito da capital, Eduardo Paes, também aparecem nos anexos do acordo de delação. Nythalmar diz que Bretas influenciou o resultado das eleições para que Witzel fosse eleito em 2018. Bretas teria “vazado”o depoimento de um ex-assessor Paes, então líder nas pesquisas eleitorais, o causando envolvimento em grupos de licitações e recebimento de propina. Já no 2º turno, ainda de acordo com o documento, Eduardo Paes teria se comprometido a nomear a irmã de Bretas para uma secretaria caso eleito. De acordo com o advogado, depois de ser derrotado por Witzel, Paes fez um acordo informal, garantindo que abandonaria a política em troca de não ser perseguido.

Redes Sociais

Após a reportagem da Veja, o magistrado fez uma publicação no Instagram, na manhã desta sexta-feira (4), afirmando que os fatos divulgados pela revista foram “distorcidos”. Segundo ele, as “afirmações são mentirosas” e a “reunião referida pelo advogado de defesa (e por ele gravada) foi feita a pedido do próprio advogado e com a participação do representante do MPF, na 7ª Vara Federal Criminal do RJ”. 
 

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