Marília Medonça: um ano sem o ícone da sofrência
Artista ainda é a mais ouvida do Brasil na parada do YouTube
Foto: Instagram
Neste sábado (5), completa um ano do acidente que matou a cantora Marília Mendonça, precocemente aos 26 anos. Ela viajava para Caratinga, em Minas Gerais onde faria um show. Ela deixou um filho, hoje com dois anos.
A Rainha da sofrência, como era carinhosamente chamada pelos fãs, continua fazendo sucesso. Ela é a artista mais ouvida do Brasil na parada do YouTube, além de liderar a maior parte dos rankings semanais do Spotify em 2022. A artista escreveu ou gravou mais de 440 músicas.
A liderança vem com a soma dos lançamentos póstumos e músicas de todas as fases da carreira que continuam sendo bem tocadas até hoje.
Na pandemia, Marília bateu o recorde mundial de transmissão ao vivo mais assistida do YouTube no mundo, com 3,31 milhões de webespectadores simultaneamente
Disco
Em 21 de julho de 2022, data em que ela completaria 27 anos, a família da cantora lançou nas plataformas digitais o EP póstumo Decretos Reais Vol. 1 com uma série de trabalhos a serem lançados.
O disco conta com quatro faixas que foram extraídas da live Serenata, feita por Marília em maio de 2021, ainda durante a pandemia de covid-19. São músicas de outros artistas, mas que faziam parte da vida da goiana: Te Amo Demais, hit de Leonardo; Te Amo Mais que Posso Dizer, conhecida na voz de Ovelha; Não Era pra Ser Assim, de Zezé di Camargo e Luciano; e um pout-pourri das canções Sendo Assim, de Genival Santos, e Muito Estranho, de Dalto.
Acidente
A cantora voava em um bimotor da empresa PEC Taxi Aéreo que caiu durante o pouso, que aconteceria no aeroporto de Caratinga. A aeronave se aproximava do pouso quando colidiu com cabos de alta tensão de uma torre de distribuição e caiu no vale do Rio Doce.
No avião também estavam o assessor e tio de Marília, Abicieli Silveira Dias, o produtor Henrique Ribeiro, o piloto Geraldo Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana. Ninguém sobreviveu a queda. A perícia feita pelo Instituto Médico Legal nos corpos das vítimas mostrou que os cinco morreram de politraumatismo, causado pelo impacto da aeronave no solo.
Investigação
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira investiga a causa do acidente com a finalidade de ajudar a prevenir novos casos semelhantes. Não para identificar culpados.
De acordo com o órgão, "a investigação está em fase final e terá o menor prazo possível para a conclusão, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes".
Segundo o Cenipa, o próximo passo envolve discutir a versão inicial do relatório com representantes credenciados dos países que atuaram na fabricação da aeronave e dos motores. "Concluídas as análises, serão emitidas as recomendações de segurança", informou o órgão da FAB.
Após exames, o IML de Minas Gerais descartou a hipótese de que o piloto e o copiloto da aeronave tenham tido problemas de saúde ou feito uso de substâncias psicotrópicas.
A hipótese de que a aeronave tivesse sido atingida por arma de fogo também já havia sido descartada.
"A gente vai traçando hipóteses e, à medida que vão sendo descartadas, vamos avançando com as investigações", afirmou Ivan Lopes, da Polícia Civil, responsável pela investigação do acidente. "Entra agora [o inquérito] numa fase de aguardar os laudos do Cenipa."
O Superior Tribunal de Justiça determinou, em maio, que a investigação do caso é de competência da Justiça estadual de Minas Gerais. O ministro Antonio Saldanha Palheiro considerou que, com as informações apuradas até o momento, não havia elementos que justificassem a atuação da Polícia Federal.