Material do Legião Urbana estão guardadas "dentro dos melhores padrões internacionais", diz filho de Renato Russo
Apreensão tem relatório que aponta pelo menos 30 músicas em versões inéditas
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Giuliano Manfredini, filho do cantor Renato Russo, divulgou nota em que afirma que o material apreendido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na operação Tempo Perdido está armazenado "dentro dos melhores padrões internacionais". Ao jornal O Globo, Dado Villa-Lobos, guitarrista do Legião Urbana, criticou a operação e questionou o destino do material. O filho de Renato Russo diz, no texto, que ele está como fiel depositário das fitas masters com as gravações de estúdio da Legião Urbana e que todo o material está armazenado numa empresa especializada, localizada em São Paulo.
O transporte dos objetos foi realizado na última terça-feira (15) por uma transportadora que trabalha com logística de acervos históricos e culturais. Giuliano também afirma que fez um seguro para garantir a integridade dos registros. “Enquanto estiver sob minha responsabilidade, a exemplo do que ocorre com todo o acervo do meu pai, já tratado no MIS/SP, o material apreendido pela Operação ‘Tempo Perdido’ será cuidadosamente guardado, manuseado e analisado por profissionais especializados”, diz Giuliano, na nota.
Batizada de Tempo Perdido (canção do grupo de Renato, a Legião Urbana), a ação que apreendeu as fitas, coordenada pelo delegado Maurício Demétrio com policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) é a continuação da Operação Será, que em outubro foi atrás de material inédito que estaria de posse de produtores musicais que trabalharam com Renato Russo. Na ocasião, a polícia foi à casa do pesquisador Marcelo Fróes, amigo de Renato Russo, ex-representante artístico da sua família junto à gravadora EMI e produtor de três álbuns póstumos seus.
Os agentes apreenderam HDs, computador e celular de Fróes e alegaram ter encontrado um relatório que daria conta da suposta existência de pelo menos 30 músicas em versões inéditas gravadas pelo artista, morto em 1996. Este relatório foi utilizado como base para a operação realizada nesta quarta-feira. Segundo o pesquisador, em entrevista ao O Globo, a apreensão não fazia o menor sentido, já que o tal relatório teria sido entregue por ele, em 2003, à família de Renato, à banda e à EMI, gravadora da Legião Urbana.
Dias depois da apreensão, ele prestou depoimento na condição de testemunha. A Operação Será teve sua origem em acusações relatadas em notícia-crime de 2016 por Giuliano Manfredini, na época referentes a Ana Paula Ulrich Tavares, pseudônimo que o fã Josivaldo Bezerra da Cruz Junior usava para ser um dos administradores da página Arquivo Legião no Facebook. Ele era investigado por “tentativa de estelionato, violação de direito autoral e, possivelmente, receptação”, relativos a material inédito de Renato Russo