Mauro Cid nega citação a ‘golpe’ na delação em novo áudio vazado por revista
Veja divulgou nova gravação de conversa do tenente-coronel, referente ao primeiro semestre de 2024
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Foto: Lula Marque/Agência Brasil
Em novo áudio divulgado nesta quarta-feira (29) pela Revista Veja, o tenente-coronel Mauro Cid tece críticas à Polícia Federal e contesta a autoria de palavras que teriam sido atribuídas a ele.
“Fala! Vou te dizer… Esse troço tá entalado, cara. Tá entalado. Você viu que o cara botou a palavra golpe, cara? Eu não falei uma vez a palavra golpe, eu não falei uma vez a palavra golpe! Então, quer dizer… Foi furo, foi erro, sei lá, acho até a condição psicológica que eu tava na hora ali (do depoimento). P… Eu não falei golpe uma vez. Não falei golpe uma vez”, diz Cid.
Segundo a Veja, a gravação foi feita no primeiro semestre de 2024. Em março do ano passado, a revista divulgou outros áudios nos quais Cid dizia que suas declarações na PF eram distorcidas. A um interlocutor, ele chegou a afirmar que, durante interrogatórios, policiais o pressionaram a dizer coisas que não aconteceram.
Devido a conversa, Cid foi preso novamente no mesmo mês, por descumprir medidas cautelares e atuar para obstruir as investigações da PF. Os depoimentos prestados eram referentes a uma delação premiada assinada por Cid, em setembro de 2023, no âmbito do inquérito que investiga atos golpistas contra a democracia.
Em 2024, após as gravações se tornarem públicas, os advogados de Cid alegaram que o conteúdo foi produzido em contexto de “desabafo”, no qual o militar “relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional” que estava vivendo.
No último final de semana, uma parte da delação foi vazada pelo jornalista Élio Gaspari, da Folha de S. Paulo. Nela Cid relata que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalhava com duas hipóteses para se manter no poder após as eleições presidenciais de 2022 que perdeu para o presidente Lula.
Uma delas a partir de fraudes na votação e outra por meio da adesão das Forças Armadas ao golpe. Cid apontou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como componentes da ala mais favorável ao golpe entre as pessoas que aconselhavam Bolsonaro.
A delação de Cid segue sob sigilo do Supremo Tribunal Federal (STF).